Violência doméstica aumenta risco de hábitos alimentares nocivos
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Violência doméstica aumenta risco de hábitos alimentares nocivos

Mulheres que sofrem violência doméstica têm maior propensão a adotar hábitos prejudiciais de controle de peso, como provocar vômitos ou restringir a alimentação, indica pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). O efeito é mais evidente entre vítimas de agressão física, segundo o estudo publicado na Revista Brasileira de Epidemiologia.

A análise considerou dados de 847 mulheres de Duque de Caxias (RJ) que relataram ter mantido relações íntimas ou românticas nos 12 meses anteriores à pesquisa. A idade média das participantes foi de 40 anos, variando entre 18 e 64. A maioria pertencia à classe C (67%), não se autodeclarava branca (63%) e residia com o parceiro (90%), que não estava presente durante as entrevistas.

Os dados revelaram que 17% das mulheres relataram ter sido vítimas de violência física, enquanto 61% sofreram violência psicológica. Cerca de 20% demonstraram ao menos um comportamento relacionado a transtornos alimentares, sendo o mais frequente pular refeições ou ingerir quantidades muito reduzidas de comida, citado por 15,8% das entrevistadas.

A pesquisa apontou que a exposição a ambos os tipos de violência aumentava a probabilidade de induzir vômitos, com destaque para as vítimas de agressão física, que também mostraram maior tendência a negligenciar refeições.

De acordo com os pesquisadores, a relação entre violência e  hábitos alimentares prejudiciais pode ter múltiplas explicações. Entre elas estão a insatisfação com a imagem corporal, dificuldades na regulação emocional e alterações fisiológicas provocadas pelo estresse prolongado, capaz de modificar padrões alimentares e impactar processos metabólicos.

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