Gravidez e pele: mudanças em cada trimestre e cuidados pós-parto
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Gravidez e pele: mudanças em cada trimestre e cuidados pós-parto

Durante a gestação, o corpo feminino passa por diversas transformações, e a pele não é exceção. As alterações cutâneas são, em grande parte, fisiológicas e ligadas ao aumento da atividade hormonal e glandular.

“Os hormônios progesterona e estrogênio variam em cada fase da gestação, e isso influencia diretamente como as mudanças na pele se manifestam”, explica o ginecologista e obstetra Nélio Veiga Júnior, mestre e doutor em Tocoginecologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

A dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, reforça que as principais alterações durante a gravidez incluem estrias, flacidez no pós-parto e manchas na pele, especialmente se a gestante não recebe orientações adequadas de um ginecologista ou dermatologista.

Primeiro trimestre: pigmentação e crescimento de pelos

No início da gestação, é comum observar escurecimento da pele em áreas como vulva, aréolas, axilas, região interna das coxas e a linha alba, que passa a ser chamada de linha nigra.

“Cicatrizes recentes, pintas e sardas também podem intensificar sua pigmentação, devido à ação do estrogênio e da progesterona”, detalha Nélio.

Além disso, a gestante pode notar aumento dos pelos e dos cabelos, resultado da maior permanência dos fios na fase de crescimento. Outro fenômeno frequente é o melasma, manchas acastanhadas no rosto, que afetam até 75% das gestantes.

“A exposição solar pode intensificar essas manchas, portanto é fundamental o uso de protetor solar e produtos como ácido azelaico e vitamina C”, recomenda Claudia.

Segundo trimestre: vasinhos e aranhas vasculares

Entre o quarto e o sexto mês, algumas mulheres desenvolvem telangiectasias, ou aranhas vasculares, especialmente no rosto, pescoço, colo e braços. Esses pequenos vasos avermelhados surgem devido ao aumento dos níveis de estrogênio. Embora não representem risco à saúde, podem causar desconforto estético e devem ser monitorados.

Terceiro trimestre: estrias e acne

O último trimestre da gestação é marcado pelo surgimento de estrias, que afetam cerca de metade das gestantes, geralmente no abdômen e nas mamas.

“Estrias mais avermelhadas podem evoluir para esbranquiçadas, quando se tornam mais difíceis de desaparecer” , explica Claudia.

O surgimento das marcas está ligado à combinação de fatores hormonais, predisposição genética, idade da gestante, ganho de peso e hábitos de vida.

A secreção sebácea também aumenta nesse período, podendo provocar acne em algumas gestantes. No entanto, os efeitos variam: algumas mulheres veem agravamento de lesões existentes, enquanto outras notam melhora.

Mudanças pós-parto: flacidez e diástase abdominal

Após a gestação, é comum que a barriga apresente flacidez e que os músculos abdominais se separem, condição conhecida como diástase.

“Isso pode gerar desconforto, dor e redução da força abdominal, mas não significa que a única solução seja a cirurgia invasiva”, esclarece o cirurgião plástico Romero Almeida, diretor da Clínica Moderna Sculpt.

Técnicas modernas, como a Lipoabdominoplastia Minimamente Invasiva (MILA), combinam liporaspiração, jato de plasma e correção cirúrgica da diástase por videocirurgia, permitindo resultados precisos com cicatrizes praticamente imperceptíveis. Além disso, tecnologias como radiofrequência microagulhada ajudam a estimular o colágeno e melhorar a firmeza da pele.

Cuidado contínuo é essencial

Especialistas reforçam que acompanhamento médico regular, proteção solar e hidratação adequada são essenciais durante toda a gestação e no período pós-parto.

“Cada corpo reage de forma diferente, mas com orientação correta é possível minimizar estrias, manchas e flacidez, preservando tanto a saúde quanto a autoestima da mulher”, conclui Claudia Marçal.

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