Mulher se reinventa e lidera startup após carreira na saúde
Divulgação/Arquivo Pessoal
Mulher se reinventa e lidera startup após carreira na saúde

A trajetória de Maria Eduarda Guerra é marcada por coragem, reinvenção e quebra de paradigmas. Formada em Fisioterapia e atuando na linha de frente durante a pandemia de COVID-19, ela hoje ocupa o cargo de CFO da Banlek, a maior plataforma de fotógrafos da América Latina, mostrando que habilidades adquiridas em um setor podem ser decisivas em outro completamente diferente.


Da saúde à tecnologia

Graduada em 2020 pela Universidade Veiga de Almeida (UVA), Maria Eduarda iniciou sua carreira trabalhando com pesquisa científica em reabilitação pulmonar na UERJ e atendendo pacientes hospitalizados durante a pandemia. A experiência, marcada por decisões rápidas e análise de riscos constantes, desenvolveu nela competências como organização, análise de dados e tomada de decisões sob pressão.

Com o fim da fase mais crítica da pandemia, surgiu a oportunidade de uma mudança radical. Incentivada pelo marido, Jonathas, cofundador da Banlek, Maria Eduarda decidiu explorar um universo totalmente novo: o setor financeiro de startups.

“Ele percebeu habilidades em mim que eu mesma não enxergava. Minhas experiências em pesquisa e análise de dados eram muito valiosas para o financeiro. Aceitei o desafio — e deu certo”, lembra.

Quebrando barreiras

A transição, no entanto, não foi fácil. De um ambiente profissional predominantemente feminino, ela passou a atuar em um setor ainda majoritariamente masculino.

“Em reuniões de negócios e com investidores, muitas vezes sou a única mulher na sala” , destaca.

Mas, ao invés de desanimar, essa realidade se tornou combustível para aprimorar suas competências.

“Sinto uma autocobrança constante, quero mostrar que meu lugar é conquistado por mérito e não por sorte ou por minha relação com o cofundador da empresa”, afirma.

Sua experiência na saúde contribuiu para trazer mais organização e planejamento estratégico à Banlek.

“Em uma startup, a liberdade de testar novas ideias é enorme, mas é preciso garantir que a base financeira esteja sólida. Meu papel é equilibrar inovação com segurança”, explica.

Maternidade e liderança

Além dos desafios profissionais, Maria Eduarda também encara a maternidade como uma experiência transformadora.

“Equilibrar liderança e maternidade exige resiliência e foco. Aprendi a otimizar tempo e a tomar decisões mais assertivas” , diz.

Ela reforça que a maternidade não deve ser vista como obstáculo no ambiente corporativo, mas sim como uma experiência que fortalece habilidades de liderança e comprometimento.

Para ela, a presença feminina em posições de liderança é fundamental.

"Diversidade não é apenas um discurso bonito. Mulheres trazem inovação, empatia e resultados concretos. Precisamos ocupar mais espaços na tecnologia, no financeiro e no empreendedorismo”, ressalta.

Conselhos e visão de futuro

Maria Eduarda acredita que a coragem para mudar de área e aprender novas habilidades é o primeiro passo para conquistar oportunidades inéditas.

“Confie no seu potencial. Muitas vezes, outras pessoas enxergam em nós capacidades que ainda não percebemos”, aconselha.

Sob sua liderança, a Banlek segue inovando para fotógrafos na América Latina. Entre as novidades, a plataforma agora permite que profissionais recebam comissões sobre produtos impressos sem precisar gerenciar toda a operação, ampliando suas fontes de receita. E a visão de futuro inclui expansão para a Europa e outros mercados latino-americanos, consolidando a Banlek como referência global no setor.

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