Em entrevista recente, a apresentadora Fernanda Lima revelou que, após entrar na menopausa, perdeu o desejo sexual e a libido. O relato revisitou um tema ainda cercado de tabu: os impactos da menopausa não apenas no corpo, mas também na saúde mental das mulheres. Para a psicóloga Luciana Bricci, falar sobre o assunto é fundamental para ajudar outras mulheres a enfrentarem essa fase.
A menopausa, segundo a North American Menopause Society, vai além das transformações biológicas. Estudos apontam que 80% das mulheres sofrem sintomas físicos intensos, como ondas de calor e insônia . No entanto, os efeitos mais silenciosos e devastadores são os psicológicos:
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50% relatam perda significativa da libido, afetando intimidade e autoestima;
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40% desenvolvem quadros de depressão ou ansiedade, muitas vezes vistos de forma equivocada como “dramas pessoais”;
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1 em cada 4 enfrenta dificuldades de diálogo conjugal, mesmo em relacionamentos estáveis.
Para Luciana Bricci, o maior risco não está nos sintomas físicos, mas no silêncio.
“Por medo de parecer frágeis, muitas mulheres escondem suas dores. Esse silêncio esfria casamentos, fragiliza famílias e adoece a mente”
, afirma.
A psicóloga destaca que falas públicas, como a de Fernanda Lima, têm papel crucial nesse processo.
“Cada vez que artistas, jornalistas, escritoras ou empresárias falam abertamente sobre a menopausa, milhares de outras se sentem validadas. A coragem rompe o silêncio de muitas”
, diz.
Segundo Luciana, a revolução da menopausa começa quando as mulheres deixam de viver essa fase em segredo.
“É hora de trocar a vergonha pela coragem, o silêncio pela voz. E entender que, nesse período, não se perde a feminilidade, mas se ganha autenticidade”
, conclui.