A professora, escritora e ativista do movimento negro Bárbara Carine compartilhou com os seguidores os detalhes do nascimento de seu filho, Raro, fruto de seu relacionamento com o cantor e ator Thiago Thomé. O parto, realizado no último sábado (24), em Salvador, chamou atenção pela decisão consciente da mãe de ser assistida exclusivamente por profissionais de saúde negros .
Em vídeo publicado nas redes sociais, Bárbara explicou que a escolha foi motivada pela necessidade de combater a violência obstétrica, que atinge principalmente mulheres negras no Brasil. "Desde que decidimos que o parto seria em Salvador, buscamos uma equipe de pré-natal com essa preocupação racial. Para nós, era essencial, pois os dados mostram que mulheres negras são as mais vulneráveis nesse contexto", afirmou.
A influenciadora digital, conhecida como "Uma Intelectual Diferentona", destacou que a presença de profissionais negros no parto contribui para um atendimento mais humanizado. "Ser uma pessoa negra traz uma consciência crítica e racial que faz diferença nesse processo. E isso realmente aconteceu conosco", completou.
O parto e a cesárea inesperada
Bárbara detalhou que o trabalho de parto durou 13 horas, mas, devido a complicações, foi necessário optar por uma cesariana. A bolsa amniótica rompeu na noite de quinta-feira (22), e a presença de mecônio (as primeiras fezes do bebê) no líquido exigiu intervenção rápida.
"Cheguei ao hospital com contrações intensas, mas sem dilatação. Após várias tentativas, nosso obstetra, Matheus de Sá, recomendou a cesárea. Raro veio ao mundo de braços abertos, pronto para abraçar esse mundo desafiador, mas também maravilhoso", relatou.
Representatividade e autonomia
A decisão de Bárbara Carine reforça a importância da representatividade na saúde e da autonomia da mulher no parto. Sua experiência tem gerado debates sobre racismo estrutural e a necessidade de equipes médicas mais diversas para garantir um atendimento digno a todas as gestantes.