Tati Machado
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Tati Machado

Em comunicados divulgados recentemente, a apresentadora  Tati Machado  e a atriz  Micheli Machado  compartilharam a triste notícia da perda de seus bebês em gestações avançadas. Tati estava na 33ª semana quando percebeu a ausência de movimentos do bebê, enquanto Micheli, no nono mês de gravidez, precisou passar por uma cesárea de emergência. Ambas enfrentam o luto pelo que a medicina classifica como  óbito fetal  – uma realidade que atinge mais de 2,6 milhões de gestações anualmente em todo o mundo.


O que é óbito fetal?

Segundo Nélio Veiga Junior, ginecologista e obstetra pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas), após a 20ª semana de gestação, a perda do bebê é considerada óbito fetal e não aborto. A nomenclatura pode variar: a OMS chama de "morte fetal intrauterina", enquanto nos EUA utiliza-se o termo "natimorto", com subclassificações de acordo com a idade gestacional.

O natimorto é o nome dado ao falecimento do feto a partir da 20ª semana de gestação. Nos Estados Unidos, ele é subdividido entre natimorto precoce (20 a 27 semanas), tardio (28 a 36 semanas) e a termo (a partir de 37 semanas completas). 

Possíveis causas

Nélio Veiga Júnior explica que as causas são variadas. Entre os fatores maternos, estão doenças como hipertensão, diabetes e condições autoimunes. Também entram na lista anomalias genéticas, alterações cromossômicas e infecções — que, em países com poucos recursos, chegam a representar até 50% dos casos. Doenças como toxoplasmose, rubéola, sífilis, zika, Covid-19 e outras podem comprometer a saúde do feto, além de problemas relacionados à placenta e ao cordão umbilical, como descolamento ou prolapso.

“É fundamental investigar também a presença de trombofilias, como a síndrome dos anticorpos antifosfolípides, que afetam a circulação da placenta”, destaca o especialista. Ele explica que, em casos de óbito fetal confirmado por ultrassonografia, geralmente opta-se por um parto vaginal induzido. A cesariana é indicada apenas em casos específicos, como em pacientes com histórico de múltiplas cirurgias, instabilidade clínica ou má posição fetal.

Além do manejo clínico, o acolhimento emocional é um pilar essencial. De acordo com diretrizes da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), é necessário garantir à paciente o apoio de uma equipe multidisciplinar e permitir a presença de acompanhantes durante todo o processo. “É um momento que exige escuta, empatia e suporte integral”, afirma Nélio.

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