
Terezinha Farias da Silva, de 75 anos, convivia até o fim de fevereiro com uma arritmia cardíaca. A doença, que altera o ritmo do batimento do coração, trasforma significativamente a qualidade de vida da paciente com sintomas comuns.
A idosa enfrentava o cansaço extremo, falta de ar, inchaço nas pernas e até dificuldade para dormir. No entanto, essas condições ficaram no passado. A reviravolta ocorreu graças a um procedimento inovador.
Dona Terezinha, como é conhecida, realizou, simultaneamente, uma cirurgia para o tratamento de arritmia cardíaca e prevenção de acidente vascular cerebral (AVC) no Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo ( HSPE). De acordo com a unidade médica, ela foi a primeira paciente do país a recebê-lo em um hospital público.

Para tratar a arritmia, a paciente foi submetida ao procedimento de termoablação por rádiofrequência para “cauterizar” pontos nervosos do coração. A intervenção diminui a movimentação irregular do órgão, controlando batimentos desordenados.
Além disso, os médicos implantaram o dispositivo Watchman FLX, da Boston Scientific, que obstrui o apêndice atrial esquerdo e ajuda a prevenir AVCs. A tecnologia é indicada para pacientes que não podem fazer uso contínuo de anticoagulantes e têm maiores chances de acidente vascular.
A melhora de Terezinha
Com os procedimentos realizados com sucesso, os efeitos positivos não demoraram a aparecer. A previsão era de que sintomas da arritmia perdessem intensidade pouco depois da intervenção cirúrgica. E assim foi: segundo a família, bastaram 15 dias para a evolução no quadro da idosa ser notável.
As queixas da falta de ar diminuíram, assim como o inchaço das pernas, enquanto o sono ficou melhor. Ao iG Delas , Terezinha celebrou a própria recuperação: “Não sinto cansaço e não tenho mais batimentos acelerados. Também estou andando melhor, indo ao banheiro e voltando para a área".

"Eu me sinto muito bem", celebrou. Quem também tem motivos de sobra para comemorar é a filha da veterana, Miriam Faria. Em entrevista, ela confirma que mãe apresenta melhora gradativa no quadro.
O cansaço e dificuldade para caminhar, junto à alteração cardíaca, deram lugar à maior firmeza na hora de caminhar: "Ela levanta sozinha, mas se apoia nas coisas para andar. Antes ela nem isso não fazia. Hoje ela consegue se alimentar um pouco melhor, não em maior quantidade, mas ela sente mais apetite".
"E também a questão do coração acelerar hoje não tem mais. Os batimentos dela estão sempre normais [...] Estou muito feliz pela melhora da minha mãe e menos preocupada, pois ela também está com o oclusor que previne AVC", finaliza Miriam.