Fabricantes chineses expõem verdadeiro custo de bolsas de luxo
Reprodução/Instagram
Fabricantes chineses expõem verdadeiro custo de bolsas de luxo

Enquanto uma bolsa Birkin da Hermès pode ultrapassar os R$ 200 mil no mercado de luxo, fornecedores chineses afirmam que é possível adquirir um produto idêntico – sem a etiqueta da marca – diretamente de suas fábricas por menos de R$ 8 mil. A revelação faz parte de um movimento crescente de fabricantes na China que, em meio às tensões comerciais com os Estados Unidos, estão usando plataformas como TikTok e X (antigo Twitter) para mostrar os bastidores da produção de artigos de luxo.

Nos vídeos que viralizaram nas últimas semanas, trabalhadores chineses demonstram como bolsas, sapatos e acessórios muito parecidos com os de marcas como Hermès, Prada, Versace e Nike são feitos. Um porta-voz da Sen Bag, especializada em produtos de couro, chegou a afirmar que as famosas bolsas Birkin são totalmente produzidas na China e apenas recebem a etiqueta final na Europa.


Produtos idênticos, preços incomparáveis

Em um dos vídeos, a fabricante de calçados ChinaYuwi apresenta um modelo loafer da Prada que, nas lojas oficiais, custa mais de R$ 6 mil. No entanto, o mesmo modelo – sem o logotipo – é oferecido por apenas R$ 60. A explicação dos fornecedores é direta: os consumidores estão pagando pelo nome, não apenas pela qualidade.

"Utilizamos os mesmos materiais, as mesmas técnicas de costura, mas sem a marca. A diferença de preço é absurda", diz um representante em um dos vídeos. Algumas fábricas ainda oferecem frete grátis e cobrem taxas de importação para atrair compradores de outros países.

Guerra comercial e quebra de imagem

Esse movimento de exposição ganhou força após o aumento das tarifas de importação impostas pelos EUA durante o governo Trump, que chegaram a 145% sobre produtos chineses. Como resposta, a China não só elevou suas próprias barreiras comerciais como também passou a incentivar seus fabricantes a desmistificar a ideia de que produtos "Made in China" são sinônimo de má qualidade.

Enquanto as grifes de luxo defendem que seus preços refletem tradição e trabalho artesanal exclusivo, os produtores chineses argumentam que o valor real está no marketing, não na manufatura. “Se você quer qualidade, está aqui. Se quer status, pague pela etiqueta”, resume um empresário.

E o que dizem as marcas?

A Hermès nega veementemente que terceirize sua produção para a China. A empresa insiste que suas bolsas Birkin e Kelly são fabricadas exclusivamente na França, por artesãos altamente treinados. Além disso, utiliza sistemas de autenticação capazes de rastrear o local de fabricação e o artesão responsável por cada peça.

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