
Aos 61 anos, Claudia Ohana segue sendo um ícone de autenticidade e liberdade. Ao iG Delas, com fala firme e ao mesmo tempo afetuosa, a atriz reflete sobre o tempo, o espelho, o etarismo e a importância de cuidar de si mesma como um gesto de amor e não de cobrança. Beleza, para ela, não é sobre juventude, mas sobre verdade.
“A palavra ‘velha’ virou ofensa. É usada pra diminuir, pra agredir. E a gente precisa ressignificar isso”, afirmou.
A atriz se tornou um símbolo de liberdade e autenticidade ao falar, com generosidade, sobre sua relação com o espelho, o tempo e o corpo que habita hoje.
“Quando eu era jovem, tinha espelho pra todo lado. Me chamavam de narcisista! E eu continuo tendo muito espelho em casa”, contou, com bom humor. Mas o mais importante, segundo ela, não é o reflexo em si, mas como ele é iluminado: “A luz tem que ser boa. Quero me achar bonita, quero ser feliz. Meu banheiro tem uma luz linda, feita pra me valorizar. Não vou colocar luz feia. Luz feia é a pior coisa que existe”.
Mais do que falar de estética, Claudia falou de autoestima como ato de resistência. Para ela, o termo "velhice" foi sequestrado por um olhar preconceituoso e reducionista.
“Não me chama de velha. Eu não estou velha. Estou viva, ativa, cheia de sonhos.”

O tema da longevidade também foi atravessado por sua história pessoal. A atriz emocionou ao compartilhar que perdeu a mãe aos 35 anos, mesma idade em que sua avó também faleceu.
“Quando cheguei aos 30, entrei em crise. Aos 35, fiquei apavorada. Mas superei isso. Hoje vejo o passar do tempo como um privilégio. É maturidade, é calma, é querer ser feliz.”
Sobre o etarismo, especialmente direcionado às mulheres, Claudia não hesitou em criticar os padrões que associam o valor feminino à juventude e fertilidade. “É como se a mulher só valesse enquanto ovula. Mas hoje a mulher pode ser mil coisas. Não é mais só mãe, é muito mais. Temos que dar valor à sabedoria da idade, à serenidade que ela traz.”
A atriz também compartilhou seus segredos de beleza e eles vão muito além dos cremes. ''' É tudo junto. Alimentação, sono, exercício, hidratação. E autoestima. Se olhar com carinho. Cuidar de si, mas sem obsessão. A pessoa obcecada nunca se acha bonita. Eu quero o meu melhor, pra mim. Não vou deixar rolar. Não é sobre se conformar, é sobre se cuidar com amor.”
Claudia Ohana finalizou do jeito que começou: com verdade. Com a segurança de quem não quer agradar ninguém além de si mesma. E com a clareza de quem sabe que beleza mesmo é seguir viva, inteira, com luz boa e autoestima acesa.