
A empresária brasiliense Éricka Lobo , de 33 anos, viu sua marca de roupas femininas, batizada de Camélia Brand, virar alvo de uma disputa com a grife francesa Chanel — tudo por causa do nome.
A flor que inspirou Éricka é símbolo icônico da gigante da moda, e a escolha acabou sendo contestada judicialmente pela empresa internacional.
O caso veio à tona após Éricka compartilhar, de forma descontraída, um vídeo no TikTok . No registro, publicado em 18 de fevereiro , ela explica que a notificação da Chanel chegou logo após sua advogada entrar com o pedido de registro da marca no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), em janeiro deste ano.
Desde então, o vídeo viralizou, somando mais de 845 mil visualizações , e motivou a criadora a fazer novas publicações detalhando a situação.
Durante a fase de criação da marca, Éricka chegou a notar a ligação entre a camélia e a Chanel — a flor era uma das favoritas de Gabrielle Chanel, fundadora da grife.
Justamente por isso, tomou o cuidado de não usar qualquer elemento visual que pudesse remeter à estética da marca francesa. Mesmo assim, a Chanel alegou risco de confusão e apresentou um dossiê com 60 páginas ao INPI.
“Minha advogada viu a notificação de movimentação do processo e mandou para eu ler. Fiquei em choque quando vi que se tratava da Chanel. Nunca iria imaginar que uma empresa gigantesca teria alguma coisa contra a minha marca” , revelou Éricka.
Segundo a empreendedora, antes da notificação oficial, ela já vinha recebendo e-mails e ligações estranhas sobre pendências no processo de registro. A contestação trouxe ainda o argumento de que consumidores poderiam associar erroneamente seus produtos à grife de luxo.
“O que achei mais engraçado é que o advogado colocou que se eu continuasse com a minha marca, as pessoas iam querer adquirir minhas peças achando que estariam comprando algo da Chanel...”, comentou, bem-humorada.
Para evitar complicações legais, Éricka optou por suspender temporariamente as vendas da loja online até que o caso seja resolvido. Sua defesa já entrou com recurso alegando que não há semelhança entre as marcas além do nome da flor.
“Preferi, por escolha própria mesmo, fechar minha loja por enquanto, não produzir mais nada. Porque não sei se vou poder continuar com o nome da marca”, explicou.
A Camélia Brand foi fundada em 2023 , com foco em peças autorais e preços acessíveis, a partir de R$ 40 . O investimento inicial foi d e R$ 3 mil . Procurada pelo iG Gente , a Chanel não se manifestou oficialmente sobre o caso até a última atualização desta reportagem.