Em Campo Grande, a rotina dentro da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira 2 ganhou um novo significado. Entre o som das máquinas de costura, internos encontram uma chance de recomeço enquanto contribuem para a saúde pública, confeccionando enxovais hospitalares essenciais para o atendimento de pacientes.
De acordo com o governo estadual, a iniciativa é uma parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e o Hospital São Julião. Já foram produzidos mais de 600 itens, garantindo suprimentos fundamentais para a realização de procedimentos médicos na unidade de saúde.
A colaboração surgiu da dificuldade do hospital em encontrar profissionais especializados na confecção de paramentos cirúrgicos, indispensáveis para a realização de mais de 70 cirurgias diárias. No projeto, o Hospital São Julião fornece os materiais, enquanto os internos, com o suporte da Agepen, utilizam suas habilidades para produzir as peças.
Para Rodrigo Rossi Maiorchini, diretor-presidente da Agepen, a ação vai muito além da produção de insumos hospitalares. "Essa parceria é um divisor de águas. Não só oferecemos uma oportunidade concreta de ressocialização, mas também fortalecemos uma instituição de referência na saúde. Estamos muito satisfeitos com os resultados", destaca.
Os internos também enxergam a iniciativa como um caminho para um futuro melhor. "Agradeço a oportunidade que estão nos dando. Isso traz reconhecimento para o nosso trabalho e nos permite ajudar o próximo. Com a costura, posso sustentar minha família e, ao sair, quero continuar exercendo essa profissão", afirma R.P.V., um dos reeducandos envolvidos no projeto.