8 desafios que executivas enfrentaram para chegar ao topo
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8 desafios que executivas enfrentaram para chegar ao topo

As mulheres ainda lutam pela equidade salarial e pelas mesmas oportunidades em cargos de liderança e gestão no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa “Mulheres no Mercado de Trabalho em 2023", da Mckinsey em parceria com a LeanIn.Org, nove em cada dez mulheres com menos de 30 anos buscam promoções dentro de suas áreas, dessas, 3 em cada 4 aspiram a cargos de liderança.

Ainda assim, em 2023, a representação de mulheres em cargos de liderança executiva foi, somente, de 28%, de acordo com dados do mesmo relatório. Diante desse cenário, 8 executivas listam alguns dos principais desafios enfrentados por líderes no mercado de trabalho. Confira.

Patrícia Lima, Diretora de Bens de Consumo da Elgin

Para Patricia Lima, Diretora de Bens de Consumo da Elgin, empresa que atua nos setores de bens de consumo, ar-condicionado e eletrodomésticos, energia solar, refrigeração comercial e automação comercial, o principal desafio enfrentado por gestoras e mulheres que buscam crescimento no mercado de trabalho, ainda está na falta de adoção de ações que permitam a flexibilidade entre trabalho e vida pessoal. “O capital humano é fundamental para o crescimento econômico dos negócios e o talento feminino faz parte disso. Tornar o ambiente mais saudável com iniciativas para que mulheres permaneçam no mercado de trabalho é necessário. Além de atrair talentos, é preciso mantê-los; por isso, pensar e desenvolver políticas com jornadas flexíveis e ações que envolvam a parentalidade são importantes”, destaca Patrícia. 

Cristiane Giordano, CEO da Funcional Health Tech

Graduada e pós-graduada em Marketing pela ESPM, Cristiane Giordano passou por “Big Pharmas” como Sanofi, Boehringer Ingelheim, MSD, Pfizer, Lundbeck,Teva e hoje é CEO da Funcional Health Tech, pioneira e líder em programas de acesso e adesão e em data driven care no Brasil. A executiva destaca a importância de lideranças femininas para influenciar outras profissionais.

“Acho que o maior desafio, no meu caso, foi não ter líderes mulheres que me inspirassem, pois o modelo de trabalho ainda era bem masculino. Então, acreditar no meu potencial e que eu poderia chegar onde eu quisesse era desafiador. Para colaborar com essa transformação tão necessária da sociedade, a Funcional Health Tech criou o programa #MulheresEmTec, um banco de talentos para aumentar a representatividade de mulheres em cargos de liderança e que atuam na área de desenvolvimento”.

Sabrina Capozzi, Diretora e Sócia da FutureBrand São Paulo 

Um dos principais desafios da liderança feminina elencado pela executiva é a habilidade de articular e influenciar pessoas. Ela enfatiza seu papel como agente de mudança, promovendo a inovação, mas reconhece que as organizações muitas vezes resistem ao novo. “As marcas acabam preferindo manter-se em uma zona de conforto, em um cenário já conhecido. Exigindo um maior esforço e dedicação para mudança dessa percepção”, explica.

Além disso, Sabrina destaca a dificuldade em lidar com a síndrome da impostora, uma experiência comum entre mulheres líderes, em que elas duvidam de suas próprias conquistas e habilidades, apesar de seu sucesso. “Aprendi a dar tempo ao meu próprio crescimento pessoal e profissional, adotando uma abordagem mais gentil comigo mesma”, diz. Para ela, a autocompaixão ao longo da jornada de evolução, tanto no âmbito profissional quanto pessoal, é essencial.

Giuliana Bernardo, Diretora Regional de Vendas e Execução do Grupo HEINEKEN

A executiva é formada em Administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e conta com uma trajetória de quase oito anos no Grupo HEINEKEN, com passagem por grandes corporações na indústria alimentícia e de bens de consumo, como Campari e Colgate-Palmolive, e hoje, ocupa um papel de liderança na companhia cuidando, principalmente, de São Paulo, Minas Gerais e estados do Sul do país.

"Acredito que uma das maiores batalhas é superação do preconceito velado, pois apesar de não verbalizado diretamente, a presença feminina em ambientes naturalmente dominados por homens, como a área comercial, gera ainda (mesmo que inconsciente) olhares e comentários desnecessários. Eu atuo no mercado de bebidas há quase 15 anos e fui, por muitas vezes, a única mulher na sala e na mesa de reunião. Entendo que a autenticidade e o conhecimento do negócio fazem diferença no desbloqueio de crenças limitantes. Nunca tentei me moldar ou emular um comportamento masculino para ganhar meu espaço, mas creio que a cultura da empresa onde você trabalha precisa encorajar e ajudar o profissional a ter confiança, especialmente em se posicionar como representante da empresa, independente de gênero”.

Juliana Vital, Global Chief Revenue Officer da Nubimetrics no Brasil

Juliana Vital é Global Chief Revenue Officer da Nubimetrics no Brasil, plataforma que empodera os sellers e grandes marcas com dados inteligentes. A executiva atua há 20 anos em negócios digitais, SaaS e E-commerce, áreas majoritariamente masculinas, e destaca que, por uma questão estrutural da sociedade, o mercado de trabalho tende a colocar um caminho mais difícil para as mulheres. "Primeiramente, precisamos que os brasileiros estejam empenhados na solução desse problema, principalmente os homens devem obrigatoriamente assumir a responsabilidade como parte da mudança.

Nos últimos dez anos ocupando cargos de liderança, por diversas vezes fui a única mulher em reuniões de diretoria, sempre aproveito os momentos para colocar o assunto em pauta e propor uma mudança de perspectiva, o que na Nubimetrics já é uma realidade, temos equidade de gênero dentro dos diferentes níveis da empresa. Eu acredito que construir uma cultura de igualdade gera áreas mais empáticas, colaborativas, engajadas e pessoas mais conscientes da sua contribuição individual em importantes mudanças que buscamos na sociedade”, explica.

Fabiana Ramos, CEO da PinePR

Com mais de 20 anos de experiência em multinacionais, Fabiana Ramos, CEO da PinePR, empresa especializada no atendimento a scale-ups, empresas inovadoras e players de tecnologia, acredita que a potência feminina tem conquistado cada vez mais seu espaço em cargos de liderança. Apesar disso, é visível que mulheres ainda enfrentam muitos desafios para essa conquista e, principalmente, ao lidar com as próprias inseguranças geradas por um passado histórico no qual a capacidade feminina era muito questionada e diminuída.

Além do fato da falta de equidade salarial ainda entre gêneros está longe do ideal. “Ainda faltam oportunidades para que as mulheres cheguem às cadeiras de liderança porque faltam incentivos das grandes corporações em apoiar, treinar e impulsionar esse público. Após a sensibilização das empresas sobre essa lacuna, conseguiremos gerar espaço para que todas, em qualquer estágio de sua carreira, sejam vistas e cresçam. Para isso é importante, para as mulheres e para as organizações, terem referências e exemplos de líderes femininas para inspirar e puxar outras líderes para cargos mais altos."

Itali Collini, Diretora da Potencia Ventures, grupo de investimentos voltados para negócios de impacto social fundado e liderado por mulheres

Com mais de 10 anos de experiência no mercado financeiro, a profissional contribui para a representatividade feminina no mundo corporativo através da sua liderança e presença no mercado e dos seus investimentos em empresas lideradas e fundadas por mulheres. “Acredito que ainda há muito a se superar quando o assunto é inclusão feminina no mundo dos negócios. Ainda há muitos vieses inconscientes e exclusão das mulheres dentro de mercados majoritariamente masculinos. Para superar isso, acredito que uma educação e um letramento sobre diversidade podem ser essenciais, além de uma criação de uma rede de apoio e oportunidades para as mulheres presentes nesses segmentos”, afirma Itali Collini.

Karina Amaro, Head de Finanças/CFO da Motz, transportadora digital que chegou para facilitar a jornada de caminhoneiros e embarcadores 

Karina já atuou em diversas áreas dominadas, majoritariamente, pelos homens, como o setor financeiro de telecomunicações e logística. A profissional entende que o principal desafio é como se posicionar nesses meios, em grande parte, masculinos. “Com conhecimento e preparo, conseguimos atingir a equiparação dos gêneros, provando o valor e o potencial das mulheres nesse meio. O posicionamento é uma das coisas mais importantes nessas situações, mostrando a insatisfação com essa disparidade e lutando para aumentar a diversidade de gênero nesses setores”, afirma a profissional.

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