A influenciadora Vanessa Lopes, que desistiu do BBB após apresentar um comportamento estranho, que chamou a atenção dos seguidores, falou sobre o caso em em entrevista ao 'Fantástico', na noite deste domingo (18).
Vanessa Lopes explica quadro psicótico no BBB: 'Rompeu com realidade'
A ex-sister explicou que foi diagnosticada com um quadro psicótico agudo e afirmou que vem cuidando da saúde na companhia da família e dos amigos.
O psicólogo Alexander Bez informa que o quadro psicótico agudo é um estado em que ocorre uma ruptura extrema das fronteiras dos limites de convívio social, caracterizado por manifestações de ataque, especialmente virais.
"Vários fatores contribuem para um quadro psicótico agudo, sendo fundamentalmente desencadeado por um estímulo que serve como gatilho psicológico. Geralmente, esses surtos psicóticos pode estar ligados ao medo ou a uma realidade catastrófica, marcada por extrema violência e agressividade, o que pode resultar em comportamentos perigosos, inclusive homicidas", explica o terapeuta.
Os sintomas do quadro psicótico agudo, diz Bez, incluem delírios, alucinações e graves distorções nas percepções da realidade, levando a condutas anormais, como no caso da ex-BBB24 Vanessa Lopes.
"O diagnóstico é feito por meio de avaliações psiquiátricas e psicológicas, que podem incluir entrevistas, testes, exames clínicos, neurológicos, sanguíneos e de imagem cerebral. É importante distinguir se o episódio é breve e transitório, como no Transtorno Psicótico Agudo, ou se são sintomas recorrentes, indicativos de uma condição psiquiátrica subjacente", esclarece o psicólogo.
O tempo de melhora pode variar de 24 horas a uma semana, mas é importante ressaltar que a psicose é um quadro clínico irreversível, e o tratamento visa principalmente controlar os sintomas e garantir a segurança do paciente e daqueles ao seu redor. O tratamento do quadro psicótico agudo também pode envolver o uso de ansiolíticos, estabilizadores de humor e antipsicóticos.
"O quadro psicótico agudo é considerado uma emergência médica, pois representa um colapso total da saúde mental e pode levar a comportamentos perigosos e potencialmente letais se não for tratado rapidamente. O não tratamento pode resultar em uma escalada do quadro patológico, aumentando o risco para o paciente e para outras pessoas", alerta Bez.
Eduardo Perin, psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pelo Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), explica que o surto psicótico é quando o indivíduo passa a perder a noção do que é real e o que é uma fantasia da cabeça dele.
"Então existe uma dificuldade de separação entre a realidade e a fantasia. É quando aparecem os delírios, que a pessoa às vezes acha que está sendo perseguida, ou acha que ela tem um dom especial ou que é uma pessoa especial e que os outros estão querendo tirar dela isso. Existem delírios de vários tipos, na verdade. Estou falando aqui de delírios persecutórios, delírios de grandeza, mas existem inúmeros outros delírios", diz o médico.
"Também podem acontecer alucinações, em que a pessoa ouve coisas que não existem, ou ela vê coisas, ou ela sente o cheiro de coisas que não existem e acredita que aquilo são real. Todas as pessoas podem ter um quadro psicótico, todos nós podemos ter um quadro psicótico, quando submetidos a um estresse extremo", esclarece.
Segundo Eduardo Perin, existem pessoas que têm uma genética predisponente a esse tipo de manifestação. E às vezes, sobre uso de substâncias, ou mesmo sob um estresse agudo muito intenso, essa pessoa pode acabar manifestando esse quadro.
"A pessoa também pode ficar desorganizada no sentido do comportamento desorganizado, ficar agitada, ficar com comportamento errático. Então existem diversas manifestações possíveis da psicose. Mas, em linhas gerais, seria uma pessoa que perdeu a noção entre a realidade e a fantasia. Existe uma predisposição genética, como eu disse", pontua.
A crise psicótica pode, na maior parte das vezes, fazer parte de um quadro maior, como por exemplo de esquizofrenia ou de transtorno bipolar. "Mas pode ser um evento temporário, que acontece uma vez na vida e nunca mais. Então tudo isso depende também de uma avaliação, de um tratamento. E quando a pessoa está psicótica, ela precisa de um tratamento psiquiátrico com medicações que vão ajudá-la a ter um contato maior com a realidade novamente. Quer dizer, são os antipsicóticos, são as medicações que tiram os delírios, as alucinações da pessoa. Fora a terapia cognitivo comportamental que também pode ajudar nesses momentos, mas a medicação, nesse caso, é essencial", conclui o médico.
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