MC Mirella ficou horas em trabalho de parto, mas precisou fazer cesárea
Reprodução/Instagram - 27.12.2023
MC Mirella ficou horas em trabalho de parto, mas precisou fazer cesárea

MC Mirella deu à luz sua primeira filha, Serena, fruto do seu relacionamento com o MC Dynho Alves, na terça-feira, 26 de dezembro. Apesar de contar e transmitir em suas redes sociais que planejava ter um parto normal, após horas em trabalho de parto, por estar com apenas quatro dedos de dilatação, foi decidido pela cesárea.
Sabe-se, porém, que as formas de a mulher dar à luz não dependem apenas do desejo da mãe, mas de fatores maternos e fetais, fisiológicos, bem como o tempo e posição na qual o bebê se encontra.

A equipe do IG Delas conversou com a enfermeira obstetra mineira, Karina Souza, da empresa especializada em home e baby care, Saúde no Lar , com o intuito de saber mais sobre o assunto.

De acordo com ela existem algumas razões clínicas que podem fazer essa mudança de um parto normal planejado para uma cesárea. “Todo trabalho de parto demanda vigilância materna e fetal constante, com o intuito de detectar precocemente qualquer sinal de alerta para evitar uma complicação para o binômio (mãe e/ou bebê).”

Segundo Karina, alguns sinais de alerta nos sugerem mudança de planos emergente, com nascimento imediato do bebê, tais como padrão fetal não tranquilizador persistente, seja por apresentar bradicardia (batimentos cardíacos fetais abaixo de 110 batimentos por minuto) ou taquicardia (batimentos cardíacos acima de 160 batimentos por minuto), que persistem mesmo após manobras e estratégias realizadas pelos profissionais; prolapso de cordão umbilical, que acontece quando ocorre a rotura da bolsa de águas e o cordão umbilical se apresenta na frente da cabeça do bebê, comprometendo a oxigenação; descolamento prematuro de placenta; falta de progressão do trabalho de parto, que é quando a mãe passa muitas horas com a mesma dilat ação do colo do útero já estando em fase ativa de trabalho de parto; período expulsivo prolongado, que tem a ver com estar há muitas horas (em média 3 a 4 horas) com a dilatação completa do colo do útero, porém o bebê não desce pelo canal de parto, o que pode ser considerado desproporção céfalo-pélvica relativa ou absoluta; ou se há risco de rotura uterina ou na rotura uterina consumada.

“Durante o trabalho de parto os profissionais envolvidos na assistência têm como objetivo e obrigação avaliar constantemente o bem-estar materno e fetal. A falta de progressão na dilatação ou a demora na descida do bebê pelo canal de parto podem sinalizar um trabalho de parto distócico, ou seja, fora dos padrões normais, um parto não fisiológico.”

Se o risco fica evidente seja para mãe e/ou para o bebê, o nascimento tem que ser abreviado de alguma forma. Caso o trabalho de parto esteja muito evoluído (dilatação completa do útero) e o bebê bem baixo no canal, ou seja, muito próximo do nascimento, o vácuo extrator ou o fórceps podem ser uma boa opção e é uma forma muito rápida de ação. Porém naqueles em que a dilatação não está completa e o bebê ainda está alto a melhor indicação é a extração cirúrgica do bebê, a cesariana.

É importante, de acordo com a enfermeira obstetra, que os profissionais envolvidos na vigilância do trabalho de parto sejam especializados e competentes para que com suas habilidades adquiridas ao longo dos anos de estudo e trabalho detectem as possíveis complicações durante esse processo.

“Hoje, a tecnologia muito nos ajuda na gestação e no momento em que a mãe dá à luz. Mas na cena do trabalho de parto propriamente dita, podemos considerar como um dos principais instrumentos de vigilância do bem-estar fetal o Sonar Fetal ou Doppler Fetal. Um pequeno equipamento portátil e de baixo custo, que nos possibilita auscultar os batimentos cardíacos fetais de forma intermitente. Quando através das auscultas intermitentes detectamos alguma anormalidade, lançamos mão de um equipamento chamado Cardiotocógrafo (CTG). Este realiza uma avaliação contínua dos batimentos cardíacos fetais, da variabilidade fetal e da frequência e duração das contrações uterinas. Este exame nos ajuda a def inir condutas clínicas, nos auxilia na decisão de qual a melhor via de parto a ser escolhida, caso o padrão fetal se confirmar não tranquilizador.”

Karina ressalta que, no Brasil, a mulher tem por lei o direito de escolher o tipo de parto que deseja, dentro de algumas regras relacionadas aos riscos e benefícios, é claro. “Porém se o trabalho de parto, ainda que demorado, apresenta-se como forma segura de nascimento, tanto para mãe quanto para o bebê, ele pode ser conduzido por tempo indeterminado, de comum acordo entre profissional e parturiente. O que definirá o seguir em frente ou não será sempre o bem-estar materno e fetal e não o relógio propriamente dito”, finaliza.

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