Mães podem tomar antidepressivos na gestação
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Mães podem tomar antidepressivos na gestação

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem a população mais ansiosa do mundo. 26,8% dos brasileiros possuem diagnóstico de ansiedade e a incidência maior (34,2%) é em mulheres.

Há estímulos e gatilhos para gerar ansiedade, mas há algumas situações, como a gravidez, em que isso se intensifica e requer atenção. É normal que a mulher grávida sinta ansiedade, afinal ela está gerando uma nova vida, tem muitas dúvidas, muitos medos, muita autocobrança, passa por muitas mudanças e quer logo ver o rostinho do bebê. Isso deixa de ser normal, quando há sintomas como angústia e estresse excessivos, insônia e falta de ar. Nestes casos, a primeira coisa a ser feita é comunicar o médico responsável pelo acompanhamento pré-natal e em seguida, sob a orientação dele, buscar um profissional que possa contribuir nos cuidados com a saúde mental e emocional da gestante.

Daniela Miyake, médica Ginecologista e Obstetra, chefe do Centro Obstétrico da Santa Casa de São Paulo, explica que primeiro deve ser feito um diagnóstico adequado, com obstetra e o auxílio do psiquiatra. "O tratamento em geral consiste em terapia, quem vai nortear melhor esse tratamento, claro que é o psiquiatra, mas em geral se tem o auxílio da terapia com o psicólogo e, se necessário, o uso de antidepressivos. Gestante pode tomar antidepressivo, não só pode, como deve, quando for indicado pelo psiquiatra. Então a gente tem diversos antidepressivos que a gente utiliza na gestação com bastante segurança, então ela não só pode, como deve", ressalta.

Como evitar da depressão na gestação? A depressão é uma doença psiquiátrica, então, na verdade, pode exacerbar durante a gestação. De repente, essa mulher já vinha num quadro deprimido, sem diagnóstico, e na gestação a gente faz esse diagnóstico. "Uma saúde mental, atividade física regular, alimentação regular, uma assistência pré-natal bem adequada, tudo isso a gente vai tirando gatilhos e diminuindo o estresse da gestante ao longo deste período. Mas é preciso lembrar que depressão é como pressão alta, é como diabete. A gente precisa tratar", diz a médica.

"Então, se necessário, vai tratar e às vezes tem esse diagnóstico que a gente só faz durante a gestação. De repente existe mais depressão na gestação. Mas é porque é um fator de mais estresse, é um fator que desencadeia uma pioria. Não que a gestação seja um fator de risco para depressão, não é isso. Mas a gente falou da ansiedade, mas os antidepressivos devem e podem ser usados. O tratamento é em conjunto, o obstetra com o psiquiatra, terapia e, se necessário, a terapia medicamentosa também. Lembrando que quem trata ansiedade e depressão corretamente durante a gestação e entre outras doenças psiquiátricas aí, tem menos chance da depressão puerperal."

Essa, sim, é associado ao ciclo gravítico-puerperal e que a gente sabe que tem uma piora e tem mais incidência nas mulheres que não trataram adequadamente durante a gestação. Por isso que é importante esse diagnóstico, essa orientação e tranquilizar a mãe de que usar essas medicações é mais benéfico do que levando aí a trancos e barrancos dessa gestação e, depois, que encerra o ciclo gravítico, aumenta a depressão puerperal e até os casos mais graves que é a psicose puerperal.

Dá pra incluir aí o  blues puerperal. O blues puerperal começa dias após o parto e se estende até duas, três semanas do pós-parto e cerca de metade das pacientes experimenta isso, que é realmente um blues, é uma tristeza mais aumentada, mas que não configura um quadro de depressão e ele é autolimitado. "Lógico, ter uma rede de apoio é importante, então ter quem ajudá-la, quem ajudar com o bebê nessa fase inicial do pós-parto, reduz bastante e ajuda a passar mais rápido", recomenda a médica. Esse blues é mais comum e não configura doença, mas um momento aí dessa readaptação hormonal da mulher. Tem mulheres que do blues evoluem para a depressão. E pouquíssimos, raramente, da depressão para a psicose, que é mais grave.

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