Vamos falar um pouquinho sobre a Inveja, sentimento que temos dificuldade até em admitir e colocar, mas que acarreta bastante sofrimento. A situação parece mais grave, pois atualmente vivemos na era da comparação, não é mesmo?
Por conta da Internet fica cada vez mais fácil a gente entrar em um lugar de descontentamento porque as pessoas comparam a vida, umas com as outras, com os cenários “perfeitos”, mostrados constantemente do outro lado da tela.
O que acontece é que a gente não tem nem mesmo tempo de refletir sobre o quanto estes cenários e personagens podem ser irreais, editados, maquiados, filtrados; afinal, as pessoas costumam compartilhar na Internet apenas os fragmentos da vida, geralmente perfeitos.
As partes nem tão perfeitas da existência geralmente são escondidas; entretanto, quando estamos lá enxergando aquela pequena parcela de vida ”perfeita”, automaticamente, começamos a entrar em contato com a parcela do que vivemos.
E o que será que vivemos? Começamos a sofrer e a entrar em um lugar de descontentamento com a própria vida, pois a vida do outro parece sempre melhor, inteira, mais festiva e animada.
Quando invejamos passamos a desejar aquilo que o outro tem ou vive, ou melhor, aquilo que achamos o que outro tem e vive. A percepção é que sempre está faltando alguma coisa na própria vida.
Isso pode levar a um lugar de arruinação, sofrimento contínuo, um lugar de inveja, onde se começa a despertar um descontentamento geral, muitas vezes com sintomas até físicos. Que perigo!
Aquele que sente inveja passa a sentir também obsessão: para ser feliz é preciso ter e sentir aquilo que outro sente. Isso pode ser uma busca perigosa, injusta, irreal. O invejoso para de viver o momento presente, com todas suas possibilidades para viver a possibilidade do outro.
A Inveja pode despertar ainda uma sensação de vazio e insatisfação muito maior do que se pode suportar.
Vamos pensar: as pessoas estão tão focadas na busca desenfreada pelo ter, que em nenhum momento param para apreciar as conquistas. Assim, a gente não se conecta mais com o prazer e potência de cada conquista, da caminhada, do passo a passo.
Passamos a viver uma vida ausente do presente. Uma vida ausente da própria vida, uma vida de espectador infeliz.
A caminhada passa a não fazer mais sentido. Corremos o risco de traçarmos trajetórias caóticas, vazias, aleatórias – sempre em busca de coisas sem sentido, sempre com velocidade, inconsistência e doses desnecessárias de sofrimento.
Sugestão: Para evitar cair nesta armadilha tão comum, tente como prática diária conectar-se com o valor de suas próprias conquistas, respeitando seu tempo, valorizando cada passo e o processo como um todo.
Compare-se sempre! Mas, apenas consigo mesmo. Meça seus próprios progressos. Faça algo bastante produtivo para si próprio.
Espero que a gente possa se conectar cada vez mais com nossas próprias conquistas e até mesmo imperfeições e mais: achar graça da nossa humanidade.
Fica a reflexão. Mas, se não conseguir, procure ajuda. A terapia pode te auxiliar e muito!