Traições recorrentes e exposição de relações frágeis emocionalmente
Reprodução/Instagram
Traições recorrentes e exposição de relações frágeis emocionalmente

O jogador Neymar estampou, mais uma vez, jornais e noticiários na última semana. Dessa vez, não foi por conta do desempenho como atleta do futebol, mas sim por uma polêmica de traição envolvendo seu relacionamento com a influencer Bruna Biancardi, grávida do segundo filho do craque.

A atitude recorrente de Neymar, provocou uma onda de comentários nas redes sociais, visto que aconteceu na véspera do Dia dos Namorados. Após tamanha repercussão, o jogador assumiu o erro publicamente, através de uma carta de pedido de perdão para a então namorada traída. Mas o que leva as pessoas a traírem? Qual a motivação psicológica está envolvida nessa dinâmica? E a vítima traída, qual a atitude deve tomar após descobrir a deslealdade?

O que torna a atitude do jogador “pior”, não é a condição de gravidez da namorada, muito menos a data em que os fatos se deram. Visto que, o único responsável pela traição foi quem escolheu trair. Afinal, somos responsáveis por nossas escolhas sempre. A análise passa por um aspecto ainda maior: a traição pode ser caracterizada por imaturidade? Ou seria falta de caráter do traidor? Do ponto de vista psicológico, atitudes recorrentes de traição podem denunciar traumas, faltas enraizadas ou mesmo crenças limitadoras.

Pode ser, inclusive, o reflexo de uma busca constante por preencher uma falta, uma dor ou um amor não correspondido, frente aquilo que se desejava. Em muitas situações, também pode estar relacionada a condições vistas e aprendidas na infância, que se internalizaram, como: um pai traidor e desrespeitoso ou uma relação problemática com a mãe.

Ou seja, cada caso é um caso, não se pode generalizar ou apontar dedos. Visto que, os padrões comportamentais têm raízes profundas, o que tornam os relacionamentos cada vez mais complexos.

Porém, nada diminui ou justifica a dor do traído. A traição gera impactos negativos para a saúde mental, acarretando sintomas semelhantes ao transtorno de estresse pós-traumático.

A infidelidade ativa inseguranças, carências, baixa autoestima recalcadas na vítima, bem como a quebra da confiança. Impactos e consequências negativas que afetam, significativamente, o emocional do par, a ponto de desencadear ou agravar quadros de ansiedade intensiva e hipervigilância.

A sensação de vulnerabilidade ruminativa, potencializa a ideia da perda de controle e pode gerar insônias, baixa concentração, raiva, isolamento e desejo de vingança. Claro que, cada pessoa vai reagir a uma traição de forma individualizada, conforme seus conceitos e vivências pessoais.

Os eventos de deslealdade mostram que superar uma traição é um processo longo e desafiador. Por isso, o diálogo e a sinceridade são sempre bons aliados em uma relação amorosa, dentro de uma métrica de confiança, onde ambos experimentam a sensação de ter uma base sólida, o que aumenta a probabilidade do relacionamento permanecer feliz a longo prazo, sem a necessidade de enfrentamento por feridas do apego.

Enfim, Neymar traiu Bruna e virou notícia fora dos campos. E, apesar da traição ser muito comum em dias atuais, ela pode ser mais complexa do que uma mera falha de caráter. Os motivos podem ser vários: insatisfação pessoal; necessidade de viver aventuras; enraizamentos de infância; interesse ou atração por outra pessoa, entre outros. Não importa, a questão é que expõe, machuca, dói e quebra a confiança. É uma forma de decepção, de rompimento ou violação da presunção do contrato social que produz conflitos morais e psicológicos entre os relacionamentos individuais, gerando desequilíbrio e desconforto entre os envolvidos e expondo fraquezas psíquicas, não só do traído, mas também do infiel.

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!