Segundo dados do Ministério da Saúde, a endometriose afeta uma em cada dez mulheres no Brasil. A doença ginecológica acontece quando o endométrio - o tecido responsável por revestir o útero - começa a crescer para além da cavidade uterina. Existem diferentes formas de manifestação da doença e, para definir como são classificadas, são analisadas a sua localização, a profundidade e o tamanho.

Para realizar o tratamento, é necessário que o médico especialista tenha atenção aos sintomas, que podem variar de acordo com a especificidade apresentada. Quando levamos em consideração todos os critérios para classificar o tipo de endometriose, é possível encontrar quatro tipos: endometriose superficial, endometriose ovariana e endometriose profunda.

Dentre eles, a forma mais severa é a endometriose profunda, que traz os sintomas mais graves da doença e também afeta de forma intensa a qualidade de vida da mulher. Nesse tipo, a principal característica é a profundidade em que o tecido endometrial é encontrado, que é além de cinco milímetros abaixo da superfície peritoneal, membrana serosa que reveste as paredes da cavidade abdominal e recobre órgãos abdominais e pélvicos. 

Além disso, ela também é conhecida por atingir órgãos nobres, como o intestino, os ovários, a bexiga e as trompas. Durante o exame ginecológico, é possível sentir os nódulos, pois eles se tornam mais duros nesse tipo da doença. 

Muitos dos indícios da endometriose profunda são os mesmos que acontecem em outras condições da doença. A diferença está na intensidade. Os indicativos apresentados são responsáveis pela piora da qualidade de vida da paciente, pois causam fortes dores e danos ao seu corpo. Alguns dos sinais mais comuns são cólica menstrual intensa, fluxo de sangue mais forte, dor nas costas, incômodo no ânus, dor durante ou após a relação sexual e infertilidade.

Ao sentir algum desses sintomas, é importante que a mulher procure um ginecologista especialista o quanto antes, pois pode se tratar de um caso mais grave de endometriose. Somente um especialista poderá realizar um diagnóstico preciso e passar todas as orientações necessárias. Nesta etapa é fundamental buscar o alívio das dores, mas também deve-se levar em consideração algumas questões pessoais da paciente, como vontade de engravidar, idade e  gravidade.

A endometriose profunda não tem cura, mas com o tratamento adequado os sinais podem diminuir e, em muitos casos, aumentar as chances de uma futura gravidez. O profissional poderá recomendar tratamentos à base de medicamentos hormonais ou procedimentos cirúrgicos. O uso contínuo de pílulas anticoncepcionais, DIU, progestagênios isolados e hormônios injetáveis suspendem o fluxo menstrual, o que ajuda na diminuição do tecido endometrial (ou tecido similar ao endométrio) e também nas manifestações mais dolorosas. Durante o uso desses remédios, a mulher não vai conseguir engravidar, mas, após a interrupção do tratamento, é possível ter uma futura gestação. 

Já a cirurgia é indicada para os casos mais graves e pode ser recomendada diante do desejo de uma futura gravidez, pois o objetivo é retirar o tecido endometrial, sem comprometer o útero. As cirurgias robótica e a laparoscópica são as mais recomendadas para quem tem endometriose, pois são realizadas de forma menos invasiva. Após a cirurgia, os sintomas tendem a diminuir e a possibilidade de uma gravidez aumenta, mas ainda é necessário continuar com o acompanhamento médico para que ele avalie a recuperação. 

Um dos princípios mais importantes é entender que cada mulher deve ser avaliada de forma individual, pois cada condição é única. Para garantir que o tratamento seja respeitoso e adequado, procure um médico especializado e que irá ajudar a melhorar a sua qualidade de vida, sem deixar de realizar os seus desejos.


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