Natalia Lage
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Empresária ensina mulheres a conquistarem a liberdade financeira vendendo pipoca gourmet

Natural de Santa Bárbara, interior de Minas Gerais, a chef pipoqueira Natalia Lage, fundadora da La Bella Gourmet, teve contato com o universo da pipoca desde muito nova por conta de seu avô paterno, o seu José Geraldinho da Silva, que foi pipoqueiro na cidade. Seu ponto de venda era em frente ao único cinema do município, e ali ele ficou por muitos anos: criou sua família exclusivamente com a renda das pipocas.

"A minha paixão pela pipoca veio de um elo de afetividade e ligação familiar. E isso me tornou a empresária que sou hoje. Já veio no meu DNA", conta a chef. Aos 12 anos, Natalia já iniciava nessa jornada do empreendedorismo vendendo bombons e praliné (amendoim caramelizado) na escola. Ter seu próprio dinheiro desde nova era sua vocação.

A mão na massa com a pipoca começou na faculdade de Direito que cursava em Belo Horizonte. "Engravidei durante o curso e fazia estágio em um escritório. Por conta da gravidez, eu tinha sono e perdi a vontade de continuar. Pedi demissão, mas precisava de uma renda extra para me formar e depois focar na minha carreira como advogada. E foi aí que tudo começou", explica.

Em uma busca rápida no Google por doces gourmet, a primeira coisa a aparecer foi pipoca gourmet de leite ninho. Fez alguns saquinhos e levou para as amigas na faculdade. Todas adoraram, e dali em diante as vendas começaram. Em pouco tempo, surgiram as encomendas, e o cardápio de sabores se diversificou.

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"Passava de sala em sala vendendo as pipocas. Nunca tive vergonha, mas sempre tinha alguém que me olhava com um ar de desprezo tipo 'Lá vem a menina da pipoca'. Isso nunca me incomodou, eu queria mesmo era ganhar o meu dinheiro", afirma.

O pessoal da faculdade insistia para a criação das redes sociais da marca, e por tanta insistência, Natalia iniciou as páginas da La Bella Gourmet no Facebook e no Instagram. Começaram a surgir oportunidades de parcerias com blogueiras regionais e participação em eventos que levaram a marca a ter visibilidade.

"As pessoas começaram a me seguir e interagir nas minhas publicações. Decidi dar as caras nas redes e testar milhares de receitas. Foi então que desenvolvi a minha própria metodologia de fazer pipoca gourmet, porque quando comecei lá em 2016, não existia um curso. Mesmo sem ajuda, corri atrás de melhorar a maneira que eu já fazia as pipocas, já que eu queria que o meu negócio desse certo. Naquele momento, a La Bella Gourmet foi um divisor de águas na minha vida".

pipoca gourmet
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Pipoca Gourmet, receita da chef Natalia Lage

A doceira estava o tempo todo nas redes sociais postando os bastidores dessa nova maneira de fazer pipoca gourmet. Mostrava todos os eventos, dicas e experiências negativas e positivas sobre o negócio. Isso chamou a atenção do público e até mesmo quem já fazia pipoca passou a se sentir seguro para tirar dúvidas com ela. "Comecei a produzir conteúdo no Instagram, e assim, todo mundo que me mandava mensagem teria uma resposta", comenta.

Natalia Lage atendeu empresas nacionais e multinacionais como Bradesco, Anacapri, Globo Minas, CVC Viagens, Tim, Portobello Revestimentos, entre outras. Na pandemia, muitas pessoas passaram a mandar mensagens perguntando se ela tinha algum curso sobre como fazer e vender pipoca gourmet, já que o seu método era diferenciado, e o desemprego bateu forte naquela época. E assim nasceu o curso La Bella...

"Me tornei referência de empreendedora, que influencia outras mulheres a terem uma renda extra ou de fato serem pipoqueiras. Tive alunas que saíram da depressão vendendo pipoca. Testei e validei todas as etapas do meu processo de produção através das minhas alunas e das milhares de pessoas que eu ajudei e continuo ajudando nas redes sociais. E o mais gratificante é saber que o que eu fiz e faço faz diferença na vida de tantas mulheres".

A chef também tem um curso em que ensina a reaproveitar toda pipoca que seria descartada no processo de seleção. O que sobra vai para o liquidificador e, a partir daí, se transforma numa farinha. Com essa farinha, desenvolveu várias receitas de brownies, bolos de cenoura, farofas crocantes, cupcakes e tortas salgadas. A farinha de pipoca tem baixa caloria, é rica em antioxidantes e não tem glúten. Isso permite, inclusive, atender clientes com restrições alimentares.

Hoje, ela ainda tem uma linha de pastas saborizantes, além de uma máquina caramelizadora que leva a sua marca. Além dos cursos, Natalia criou um e-commerce no qual vende produtos e utensílios para pipoqueiras: o kit completo de tudo que as alunas precisam para de fato dar o pontapé inicial na carreira.

Natalia Lage agora é a chef pipoqueira com maior audiência e tem alunas em todos os estados do Brasil. Também se tornou conhecida internacionalmente com alunas em vários países pelo mundo, como Estados Unidos, Austrália, Suíça, Canadá, Colômbia, Portugal, Argentina, Chile, Uruguai, Venezuela e Paraguai.

"Jamais pensei que a ideia de uma renda extra na faculdade iria virar um negócio que impacta e transforma a vida de tantas mulheres. Só consegui chegar até aqui por enfrentar inúmeros desafios no meio do caminho. Não desisti diante deles e sempre acreditei que uma hora iria dar certo", finaliza.

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