O dia 8 de dezembro marca uma data especial no calendário dos brasileiros: o Dia Nacional da Família. Mas, apesar de instituída com o intuito de celebrar e homenagear a família e ressaltar sua importância na vida de cada indivíduo, ela ainda não é tão cultuada e comemorada como o Dia das Mães ou dos Pais. Isso nos traz um questionamento importante sobre a relevância desse dia para estimular a evolução do conceito de família em nossa sociedade, pois possibilita o reconhecimento de modelos mais diversos.
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Esse, inclusive, foi um dos temas abordados no relatório "Conexão Profunda", encomendado pela marca Bepantol® Baby à 65|10, consultoria criativa especializada em mulheres, que buscou mapear os diferentes formatos das famílias brasileiras e entender as mudanças na estrutura das relações entre as pessoas dentro das famílias.
O relatório utilizou dados de pesquisas, além de entrevistas com famílias e especialistas, para entender melhor como aconteceu a evolução desse conceito de família, os impactos disso nas relações e os aprendizados que isso trouxe. Um deles apontou para a necessidade de uma mudança de pensamento sobre o que é entendido por família funcional ou disfuncional, pois este ainda é um estigma que recai sobre famílias que não seguem o modelo dito tradicional, afetando seus filhos.
Ele revelou que 37% dos filhos de mães-solo já sofreram preconceito por sua configuração familiar não tradicional. O mesmo vale para 29% das crianças em família homoafetiva, 26% das adotivas e 18% das que têm pais separados. Ainda mostrou que, em 78% das instituições, o Dia das Mães e o Dia dos Pais ainda são comemorados separadamente.
Contudo, felizmente, há o que comemorar. Mais da metade das escolas (57%) celebra as datas de forma mais democrática, em que todos os cuidadores (avós, padrastos, tios etc.) se sentem acolhidos.
Os resultados reforçam a importância do Dia Nacional da Família como um momento positivo para celebrar o modelo familiar ampliado, reduzindo as oportunidades de excluir ou estigmatizar crianças que vivem nessas famílias com estruturas mais diversas.
Família saudável
A educadora parental Yolanda Basilio afirma que, apesar das situações de bullying que podem ocorrer no ambiente escolar, a configuração da família não faz diferença para a criança. "Esses formatos importam para os adultos, cuidadores, pais e responsáveis, pois eles trazem um repertório mais rígido do conceito de família, carregando na memória e nas práticas métodos que hoje evoluíram. Na realidade, o que importa, para o crescimento saudável da criança é ter um cuidador de referência que proporcione acolhimento e confiança", esclarece.
Segundo os especialistas estudados e entrevistados pela consultoria, é essencial que os acordos dentro do núcleo familiar sejam sólidos e possíveis. A forma desse núcleo importa muito menos do que o afeto e cuidado colocado à disposição do desenvolvimento humano da criança. Isso porque a família é o lugar onde a criança começa a experimentar, receber e criar os processos de vinculação. O real fio condutor que tece os relacionamentos, conecta e conduz esse arranjo, seja ele qual for, é o amor e a conexão entre cada indivíduo.
Joyce Salvador, mãe solo de uma menina de nove anos e um menino de três, concorda. "Eu e a Agatha [filha] chegamos nesse consenso esses dias. Família é onde tem amor".