O que é Epstein-Barr, vírus com o qual Anitta foi diagnosticada?
Foto: Reprodução/Instagram
O que é Epstein-Barr, vírus com o qual Anitta foi diagnosticada?

No último sábado (3), Anitta revelou ter sido diagnosticada com o vírus Epstein-Barr,  causador da mononucleose infecciosa, popularmente chamada de “doença do beijo”. A cantora contou sobre sua experiência durante o lançamento do documentário "Eu", produzido pela atriz Ludmila Dayer para falar sobre a sua descoberta de uma esclerose múltipla, que segundo ela, teria sido causada pelo mesmo vírus.

Entre no  canal do iG Delas no Telegram e fique por dentro de todas as notícias sobre beleza, moda, comportamento, sexo e muito mais!

"Há dois meses, passei pelo momento mais difícil da minha vida", confessou Anitta, que ainda admitiu que a aproximação com Ludmila foi essencial para o diagnóstico e tratamento precoce da doença.

O que é mononucleose infecciosa?

Conhecida como a "doença do beijo", a mononucleose infecciosa é causada pelo vírus Epstein-Barr através de gotículas de saliva. Apesar do nome, ela também pode ser transmitida pelo contato com objetos contaminados. De acordo com o Ministério da Saúde, é rara a transmissão por transfusão de sangue ou por contato sexual. 

Segundo o médico infectologista Carlos Magno Fortaleza, docente na Universidade Estadual Paulista (Unesp) e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, o vírus Epstein-Barr é bastante comum. "Aproximadamente 80% da população adulta têm anticorpos contra o vírus, mostrando que em algum momento da vida, foram infectados por ele".

Normalmente, o quadro é assintomático. "A mononucleose acontece em uma minoria dos infectados, a maior parte não desenvolve sintoma nenhum. Quando apresenta sintomas, causa aumento de gânglios, do fígado e do baço, dor de garganta, febre alta, fadiga, entre outros. Deve ser o caso da cantora Anitta,  já que ela precisou cancelar compromissos".

A doença é mais comum entre jovens de 15 a 25 anos de idade. O diagnóstico é feito geralmente por teste sorológico, medindo anticorpos e componentes do vírus pelo exame de sangue, ou por método molecular, com coleta de amostras.

Não existe tratamento. Mas o uso de corticoides pode ser útil em caso de complicação com obstrução de vias aéreas. Além disso, ainda de acordo com o Ministério da Saúde, a maior parte das pessoas se cura em poucas semanas, mas uma pequena proporção dos infectados pode levar meses para se recuperar.

A mononucleose raramente leva à morte, informou ao iG o infectologista.

Vírus Epstein-Barr e esclerose múltipla

Depois da declaração de Anitta, muitas pessoas passaram a associar o diagnóstico de Epstein-Barr ao desenvolvimento de esclerose múltipla — algo que teria acontecido com Ludmila Dayer. Ela é uma doença autoimune, que compromete o sistema nervoso central, atingindo a bainha de mielina, um dos componentes das células nervosas (axônios) por onde passam os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo. 

"É verdade que o vírus de Epstein-Barr pode ter relação com a esclerose múltipla e até mesmo com alguns tipos de cânceres, como linfoma e leucemia. Mas isso é muito raro, próximo de zero. A esclerose múltipla é uma doença rara, mesmo entre os infectados por Epstein-Barr", explica Carlos Magno Fortaleza. 

"Não existe nenhum marcador conhecido de que uma pessoa infectada vá desenvolver alguma dessas condições. É que comparado com não infectados, essas pessoas que já tiveram uma infecção pelo Epstein-Barr, sejam assintomáticas ou não, têm um risco um pouco maior para essas doenças", finaliza.

** Gabrielle Gonçalves é repórter do iG Delas, editoria de Moda e Comportamento do Portal iG. Anteriormente, foi estagiária do Brasil Econômico, editoria de Economia. É jornalista em formação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp).

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!