Numa sociedade em que a mulher ainda exerce o papel de principal cuidadora da família, o que acontece quando é ela quem precisa de cuidado? Quando a ex-modelo Flavia Flores descobriu um câncer de mama no final de 2012, seu namorado a bloqueou nas redes sociais e não atendeu mais as suas ligações.
Ela tinha 35 anos quando percebeu um 'caroço' no peito durante o banho. Foi ao médico e ficou em observação, mas foi informada que aquilo não era nada. Alguns meses depois, a catarinense chegou a fazer uma cirurgia para trocar suas próteses de silicone e, só mais tarde, descobriria que aquele caroço havia crescido e se multiplicado.
Flavia e o parceiro estavam juntos há poucos meses e namoravam à distância. Apesar disso, se viam todos os meses e conversavam bastante pelo telefone. Quando ela descobriu a doença, foi até a cidade dele para contar a notícia. Ele recebeu super bem, disse que os dois precisavam ser fortes e que ficaria ao lado dela durante todo o tratamento.
A ex-modelo precisou passar pela cirurgia de mastectomia dupla, isto é, de retirada de ambas as mamas. "Eu acho que foi aí que pegou. Porque ele foi lá me ver no centro cirúrgico, ficou comigo duas noites. E foi bem legal. Eu não podia rir muito, não podia me mexer muito, mas a gente conversou bastante. No final, ele me disse: 'Então a gente se vê daqui algumas semanas', mas daí virou as costas e me bloqueou no Facebook. Nunca mais ouvi falar dele", conta ela bem-humorada.
Uma pesquisa realizada pelas universidades de Stanford e Utah e pelo Centro de Pesquisa Seattle Cancer Care Alliance indica que a mulher tem seis vezes mais chances de ser abandonada pelo marido após a descoberta de uma doença grave. Enquanto isso, as mulheres continuam sendo as principais cuidadoras de pacientes, homens ou mulheres (Heal Marketing – Jornada Além do Tratamento/2021).
O abandono do parceiro pode levar ao que chamamos de "distress", termo usado para descrever o sofrimento da pessoa que tem uma doença com consequências físicas, sociais e afetivas. A situação afeta o psicológico da mulher, que, além de lidar com o tratamento, vivencia o abandono e, muitas vezes, a perda do emprego e o estigma da sociedade — principalmente se o câncer vier acompanhado da retirada dos seios ou da queda de cabelo.
A médica Giuliana Cividanes, psiquiatra pela Santa Casa de São Paulo, afirma que o suporte emocional, vindo do companheiro ou de quaisquer outras pessoas da família, é muito importante para a recuperação das pacientes. "Artigos científicos mostram que as mulheres que têm uma boa rede de apoio têm um prognóstico melhor. A estrutura psíquica, mental, emocional também influencia na evolução da doença".
"Ela vai ter tranquilidade para descansar quando precisar descansar, para se alimentar bem durante as sessões de quimioterapia, para seguir o tratamento de forma adequada. Não é uma questão do poder da mente, é que todo o tratamento contra o câncer envolve várias etapas que são difíceis de serem seguidas e que se você não tem um apoio, muitas vezes, você desiste. E se o seu companheiro, que é a pessoa que você confiava, escolheu para viver a vida, de repente, em um momento difícil, vai embora, essa decepção é uma frustração a mais que pode levar até a uma depressão", complementa.
Flavia Flores até que lidou bem com o abandono. "Eu não acho que eu sofri tanto, porque não era um marido, não era o pai dos meus filhos, acho que aí pega muito mais. Eu tava mais preocupada em salvar minha vida. Mas claro que eu me choquei. Fiquei dias procurando ele pela internet, tentando falar com ele pelo telefone e nada de ele me atender. Passou dois, três, cinco dias e eu disse: 'Mãe, será que aconteceu alguma coisa com o meu namorado? Vou ligar para o filho dele, vou ver o que aconteceu. Eu tô preocupada'".
"Ela disse: 'Filha, ele te abandonou'. E eu falei: 'O que? Não, mãe. Você tá louca. Ele deve estar fazendo alguma coisa, deve tá ocupado'. 'Não, minha filha. Ele te abandonou'. 'Por que? Ele te ligou? Falou alguma coisa pra você?'. 'Não, filha, não precisa nem falar, eu só sei. Você foi abandonada, isso acontece muito. Os homens são fracos, às vezes, não entendem essas coisas'".
Falta tato…
A secretária executiva Nathália Castagna descobriu sozinha um caroço na mama aos 31 anos de idade. Ela buscou um ginecologista, que disse que ela não precisava se preocupar, por ser muito jovem. Um ano depois, Nathália começou a sentir fortes dores e desmaios e decidiu procurar uma segunda opinião. Na época, ela tinha um relacionamento de quatro anos.
"Logo quando eu descobri o tumor, eu já fui a uma mastologista. E assim, tudo sozinha. Eu queria entender o que estava acontecendo comigo, procurava na internet, estudava", conta. "Os médicos pediram uma biópsia antes da minha cirurgia. E eu lembro que falei pra ele: 'Olha, na biópsia veio escrito carcinoma e eu acredito que seja um câncer de mama'. Aí ele falou: 'Você é médica por um acaso? Espera o médico ver o seu exame antes de você ficar pensando em bobagem'".
Nathália passou pela mastectomia radical, ou seja, também precisou retirar as duas mamas. Depois da operação, saiu o laudo de uma segunda biópsia. O resultado mostrou que o câncer já estava avançado — já tinha pego células de defesa do corpo e os médicos não sabiam se ele tinha se dissipado para outros órgãos.
O exame dizia que havia 3% de chance de o câncer se espalhar pelo seu corpo. "Eu fiquei super assustada, e comentei com ele: 'Tem um negócio que tá me preocupando: tem 3% de chance de o câncer se espalhar'. Aí ele virou pra mim e falou: 'Mas é só 3%'".
"Ele estava no auge da carreira dele, estava preocupado com os próprios planos. E eu via que eu não me encaixava mais nisso. Tive que fazer quimioterapia depois, perdi o meu cabelo, os meus cílios, e eu não me sentia mais eu mesma. E ele me cobrava: 'Você pode amarrar um lenço ou colocar uma peruca e sair na rua'".
Ele também a expunha na frente de outras pessoas. "Durante a minha quimioterapia, eu não tive coragem de assumir a careca. Ficava dentro de casa, mas não conseguia sair na rua. Primeiro porque eu entendia que aquilo não era eu, e segundo porque eu não queria que as pessoas olhassem pra mim com dó", comenta.
"Teve uma vez que eu fui para uma consulta e tinha uma fila um pouco maior. Eu estava usando uma peruca e uma boina. Aí eu lembro que ele levantou a boina, a peruca, e falou: 'Nossa, tá caindo bem', pra outras pessoas que estavam ali também ouvirem. Eu fiquei super desconforável".
Um dia, a secretária executiva e o parceiro tiveram uma discussão, e ele disse que iria embora. "Eu disse: 'Então, pode ir. Arruma suas coisas e vai embora'. E ele foi. Eu senti um alívio, foi um livramento, sabe? Mas ainda assim, eu me senti muito sozinha. Eu tinha minha família, meus pais, meus irmãos, minha filha [de outro casamento], mas é diferente de uma relação entre homem e mulher".
Por que os homens não se veem e não são vistos à frente desse cuidado?
"O homem não é preparado para cuidar, ele é preparado para prover. Para você estar no hospital, para acompanhar sua esposa ou companheira, muitas vezes, você tem que abrir mão do seu dia a dia de trabalho, da sua rotina, e o homem não tem essa mentalidade. O inconsciente coletivo ainda é muito machista. O homem é aquele que malemá cuida dele mesmo. Quando ele se vê numa situação em que ele tem que mudar de papel, muitas vezes, não dá conta. Ele não tem essa estrutura. Ou então nem se importa", avalia a psiquiatra Giuliana.
"A mulher está doente, ele sabe que vai dar trabalho, às vezes, nem existe mais tanto amor nessa relação, então ele pensa: 'Pra que eu vou ficar me desgastando? Eu vou arrumar outra mulher, jovem e saudável, e a família dela que cuide dela'. A gente escuta muito isso", completa.
Para a psico-oncologista Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, o homem não é obrigado a estar preparado para lidar com um diagnóstico de câncer de mama da companheira, mas ele pode se preparar. "É muito importante ter diálogo. No começo é tudo muito novo, desconhecido. O casal precisa se informar sobre o assunto a partir do momento em que o médico aponta o diagnóstico, relata o que a paciente vai passar, quais serão as alterações físicas e emocionais esperadas, se haverá retirada na mama, quanto tempo será necessário até a reconstrução, se haverá queda do cabelo, se ela terá que parar de trabalhar. Tudo isso precisa ser muito compreendido por quem está ao lado".
Mas por que as mulheres com câncer de mama, além de toda a carga emocional trazida por uma doença grave, sofrem a dor da rejeição e do abandono de seus parceiros masculinos? "Mesmo quando o câncer é curado, ainda ficam cicatrizes, marcas de mutilação. E as mamas também estão ligadas à sensualidade da mulher e à intimidade do casal. Nós, mulheres, muitas vezes, condicionamos a nossa autoestima ao que o companheiro pensa da gente. A gente se olha no espelho e pensa o que o outro vai achar do nosso corpo. Algumas mulheres ainda se sentem culpadas porque o companheiro as deixou... porque ela quem teve o câncer", explica Giuliana.
"Se o companheiro conseguir fazer parte dessa rede de apoio, estar presente, disponível e entender tudo que está acontecendo com a mulher, vai fazer muita diferença. Mas é importante que essa rede de apoio seja ampliada. Que a paciente possa se sentir amparada pelo grupo de amigos, pela família. E além de ter uma rede de apoio informal, ela também deve ter uma rede de apoio formal, com profissionais. Essa jornada não precisa ser solitária", orienta Luciana Holtz.
E quando há o apoio do parceiro?
Aos 31 anos, a servidora pública Marília Biscuola descobriu um câncer de mama estágio 1, quando ela e o marido planejavam a primeira gravidez. Marília foi ao ginecologista para ter certeza que estava tudo bem, e a médica pediu alguns exames, entre eles, o de ultrassom da mama. O laboratório detectou um nódulo e sugeriu que ela voltasse à consulta para pedir uma biópsia. "O caroço era bem pequenininho, tinha menos de 1 cm. Não era palpável, então não adiantava fazer o autoexame".
"Claro que eu fiquei chateada. Fui buscar uma autorização para engravidar e voltei com um diagnóstico de câncer de mama", confessa. Ela e o marido estavam juntos há 15 anos. Ele foi a primeira pessoa para quem ela contou sobre a doença. "Essa questão do abandono nem passou pela minha cabeça. Enquanto eu esperava o resultado da biópsia, ele sempre me acalmava, dizia que não ia ser nada e que se fosse, daria tudo certo", pontua a servidora pública.
"Ele nunca demonstrou medo ou preocupação na minha frente. Eu dizia que ia ficar feia, que meu cabelo ia cair e ele rebatia: 'Nada disso. Cabelo cresce'. Na época, a gente também foi a um churrasco de família e tinha um conhecido que havia acabado de perder a esposa para um câncer de fígado, e eu pensava: 'Será que ele tá pensando que isso vai acontecer comigo? Será que ele também vai ficar viúvo logo agora que casou?'".
Marília diz que teve sorte de ter encontrado apoio incondicional no marido e na família. "Só fortaleceu a nossa relação mesmo. Eu vi que ele estava ali ‘na saúde e na doença’ e não seria qualquer adversidade que faria ele parar de me apoiar. Algumas amizades sim foram embora. Eu não julgo muito, sempre tem aquelas pessoas que não sabem lidar com um câncer, que acham que a gente é uma bomba relógio, que a gente de repente vai morrer. Mas as que ficaram, ficaram mais fortes, e a mesma coisa aconteceu com o meu relacionamento", afirma.
Final feliz
Hoje, uma década desde seu diagnóstico e aos 45 anos de idade, Flavia Flores também comemora os três anos do pequeno Lyon, que nasceu de forma natural após o tratamento oncológico. Em 2018, ela se casou com o amor da adolescência e hoje vive em San Diego, nos Estados Unidos.
Flavia e o marido se conheceram em 1999, quando ela se mudou para o país para estudar aviação. Mas o casal acabou se afastando depois que a ex-modelo precisou voltar para o Brasil. Ainda assim, nunca perdeu o contato.
Na época em que ela fazia o tratamento contra o câncer, o americano tinha quebrado a perna e passado por uma cirurgia para colocar pinos. Durante o tempo em que estiveram acamados, os dois combinaram que quando melhorassem, fariam uma viagem juntos. "Eu já voltei pra casa sabendo que a gente ia casar e ter filhos (risos)", confessa.
Nathália Castagna também acabou se aproximando de uma pessoa do passado. Um dia, ela recebeu uma mensagem de um colega pelas redes sociais. Ele a procurou oferecendo apoio durante o tratamento. "Ele sempre me incentivava: 'Você é super forte', 'o seu cabelo vai crescer de novo e você vai ficar linda'. Eu falava: 'Amanhã tem mais uma quimio', e ele dizia: 'Não, mais uma não. Menos uma'", conta ela.
"E aí eu dizia pra minha filha: 'Letícia, eu tô sentindo borboletas no estômago, igual adolescente. Toda vez que ele me manda mensagem me dá um negócio'. E ela dizia: 'Mãe, sai com ele, chama ele pra tomar um sorvete…'. Então, eu tive esse incentivo dela".
A secretária executiva conta que depois precisou fazer radioterapia também, mas, dessa vez, ela foi com outra cabeça. "Eu tinha encontrado uma pessoa bacana, tinha acabado de fazer uma festa de 15 anos para a minha filha. Eu me via em outro momento. Estava com as pessoas certas, que me colocavam pra cima".
Pouco tempo depois, já neste novo relacionamento, Nathália recebeu uma caixa com presentes e fotos do ex, acompanhada de uma carta que dizia que agora que ela estava bem, os dois poderiam voltar. Era tarde demais… "Quando eu recebi essa caixa, eu não consegui sentir nada, só pena".
A vida depois do câncer
Flavia foi submetida a 30 sessões de quimioterapia e a 28, de radioterapia. A catarinense sequer sabia que seus óvulos deveriam ser congelados antes de iniciar o tratamento oncológico e que teria dificuldade caso quisesse engravidar de novo. Os médicos nem chegaram a dar essa opção, haja vista que o câncer que teve era hormonal. Ela também já era mãe de Gregório (29), da primeira gravidez, aos 14 anos.
A ex-modelo e o marido tentaram engravidar durante quase um ano. Já haviam preenchido a papelada para começar a fertilização assistida — essa seria a primeira tentativa. Se mesmo assim não engravidassem, tentariam a fertilização in vitro, e se ainda assim não desse certo, iriam pegar um óvulo doado para fertilizar ou então adotar. Foi aí que ela descobriu a segunda gravidez, de forma natural, aos 41 anos.
"Foram duas maternidades muito diferentes. São 27 anos de diferença. Eu sinto que ter um filho depois dos 40, depois do tratamento contra o câncer, me rejuvenesceu", diz. Flavia também conta que não pode amamentar depois da retirada das mamas. "Não saiu uma gota de leite. Mas eu sentia caroços por toda parte. Me deu um nervoso. Eu chorava, a minha mãe chorava. Eu achava que tava com tumores de novo. Mesmo conversando com outras pacientes, eu não me dei conta de que podia ser leite. Eram glândulas de leite. Até minha médica se assustou, porque ela dizia que nunca tinha visto mulheres terem filhos depois do câncer de mama. Era novidade pra ela também".
"Olha, mas não me falta não amamentar. A gente tinha o nosso cantinho, nosso carinho, nosso momento, as musiquinhas...", confessa.
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Nathália Castagna diz que se permitiu de tudo durante o tratamento. "Um cara entrou na minha vida sem eu ter nada para oferecer para ele. O Rodrigo veio para agregar na minha vida. Depois nós nos casamos. Hoje a gente não tem um filho porque eu ainda tô em tratamento pelos próximos dez anos. Mas não descarto essa possibilidade. Nada é impossível. Eu vivo dentro dessa realidade", diz.
"Hoje eu falo que sou privilegiada. A partir do momento que meu ex saiu da minha casa, ele demonstrou que não era amor verdadeiro. Porque o amor verdadeiro suporta qualquer coisa. O Rodrigo tinha uns amigos que falavam: ‘Meu, cai fora. A mina tá doente, cê é louco’. Só que o que ele sentia era tão verdadeiro que ele falava que ficaria independentemente do que acontecesse".
De início, Marília Biscuola nem pensava mais na questão da maternidade. Mas, quando descobriu que teria que fazer tratamento por cinco anos, começou a pensar se teria que adiar os planos de ser mãe, que talvez não pudesse mais engravidar ou que o tratamento a teria deixado infértil. Foi aí que começou a buscar alternativas e decidiu congelar os óvulos.
Ela passou por cirurgia conservadora, de retirada do quadrante. Também fez radioterapia e hormonioterapia. Além disso, precisava tomar um remédio bloqueador hormonal.
No ano passado, com apoio médico, ela decidiu interromper o tratamento para engravidar e acabou conseguindo, de forma natural. Hoje, é mãe de uma menina de cerca de dez meses.
"A gente vê uma pessoa com câncer e já pensa nos filmes de Hollywood, com a pessoa morrendo no final. Infelizmente, as histórias tristes são mais divulgadas do que as com final feliz", declara.
Hoje elas ajudam outras mulheres com câncer de mama
Na época em que passou pelo tratamento contra o câncer de mama, Flavia Flores decidiu criar uma página no Facebook, chamada Quimioterapia e Beleza, para compartilhar sua jornada e conversar com outras mulheres que também lutavam contra a doença. No espaço, ela também dividia dicas sobre moda, autoestima e beleza.
"Não se falava sobre beleza durante o tratamento. Era um tabu. Podia se falar sobre medicação, alimentação, espiritualidade. Mas beleza, não. Beleza vem por último. Mas me ajudava muito e eu tinha certeza que podia ajudar alguém. E apareceram muitas mulheres falando comigo sobre esse assunto", comenta.
Em 2015, ela fundou um instituto de mesmo nome, que ajuda outras mulheres e até homens no tratamento contra o câncer. Lá, realiza alguns projetos como de doação de lenços, de realocação no mercado de trabalho, pesquisa científica, apoio psicológico para as pacientes e/ou para o grupo de apoio, apoio jurídico, oficinas de maquiagem etc.
Já Nathália Castagna descobriu um novo hobby depois do diagnóstico. Um dia, foi convidada por um de seus irmãos para andar de kart e acabou se apaixonando pelo esporte. "Aí eu me inscrevi em uma competição e procurei outras mulheres que já corriam. Participamos do campeonato anual, a gente ia para vários lugares juntas", afirma.
"O Kart Amigas do Peito vem em prol da informação para a prevenção ao câncer de mama. O grupo faz a inclusão dessas mulheres que estão enfrentando ou já enfrentaram a doença. Juntas, mostramos a importância de se cuidar, de fazer o autoexame. Sou paciente oncológica, e o esporte salvou a minha vida, pois foi através dele que transformei a minha dor em algo bom. É possível continuar vivendo mesmo depois do diagnóstico", finaliza.