Com traços de Milena, bell hooks
é a mais nova homenageada pela Mauricio de Sousa por meio do projeto Donas da Rua da História. Criado em 2016 e liderado por Mônica Sousa, diretora-executiva da MSP, o Donas da Rua tem como um de seus objetivos trazer visibilidade às mulheres notáveis para inspirar meninas e mulheres a buscarem seu espaço em áreas como artes, ciências, esportes ou literatura.
Gloria Jean Watkins, dona do pseudônimo bell hooks, nasceu em 1952, em Hopkinsville, no Estado de Kentucky, no sul dos Estados Unidos, numa época em que leis racistas separavam os espaços que podiam ser frequentados por pessoas brancas e negras. A escolha do nome é uma homenagem ao legado de sua bisavó Bell Blair Hooks. Ela escolheu grafar seu nome com letras minúsculas porque queria destacar o conteúdo da sua escrita e não a sua pessoa.
Foi na escola, ainda segregada por conta da legislação racista da época -- que fazia crianças negras estudarem separadas das brancas -- que bell encontrou professoras negras que valorizavam sua inteligência. Como consequência, se tornou autora de mais de 40 livros de vários gêneros como: crítica cultural, teoria, memórias, poesia e infantil. A homenageada foi premiada com o The American Book Award, um dos prêmios literários de maior prestígio dos Estados Unidos. Entre suas maiores influências, além de Martin Luther King Jr., Malcom X e Erich Fromm, estão as teorias de educação do brasileiro Paulo Freire. Alguns dos temas tratados por ela são o feminismo, racismo, cultura, amor e espiritualidade.
Em 1970, com 18 anos, a homenageada entrou na Universidade de Stanford, na Califórnia, para estudar Língua Inglesa. Seu primeiro livro teórico, Ain’t I A Woman? (E eu não sou uma mulher? Mulheres negras e o feminismo), que começou a escrever durante a faculdade, foi publicado em 1981. O título do livro recupera a pergunta da abolicionista e oradora Sojourner Truth que, no século 19, defendeu que fosse dado o direito de voto a todas as mulheres, incluindo as negras, pois na época a discussão incluía apenas as mulheres brancas e os homens negros. No Brasil, ganhou destaque por meio de obras traduzidas como Olhares negros: raça e representação, Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade e O feminismo é para todo mundo.
Além dos adultos, sua literatura também gerou um impacto entre as crianças! Em 1999, publicou o livro infantil Meu Crespo é de Rainha, apresentando diferentes penteados e cortes de cabelo de forma positiva, alegre e elogiosa, para que as meninas se orgulhem de quem são e de seu cabelo 'macio como algodão' e 'gostoso de brincar'.
bell hooks e todas as outras homenageadas eternizadas com o visual das personagens icônicas do Bairro do Limoeiro podem ser conferidas no site da Turma da Mônica.