A artista morreu aos 91 anos de causas naturais
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A artista morreu aos 91 anos de causas naturais

"A mulher do fim do mundo é aquela que busca, é aquela que grita, que reivindica, que sempre fica de pé. No fim, eu sou essa mulher", disse Elza Soares em entrevista ao HuffPost Brasil, em 2020. A música de Alice Coutinho e Romulo Froes ganhou vida na voz da cantora, que morreu nesta quinta-feira (20), aos 91 anos . O álbum homônimo se destaca pelas composições que marcam um posicionamento assumidamente feminista da cantora, com letras e discursos inspirados na história de vida dela e que falam de amor,  sexo, violência doméstica e liberdade.


Aos 12 anos, Elza Soares foi forçada a se casar e, aos 13, daria à luz o primeiro filho. Ficou viúva aos 21 anos do primeiro marido e, anos depois, conheceu o jogador de futebol Mané Garrincha, com quem se casou anos depois. Do relacionamento, Elza foi vítima de violência doméstica e chegou a ter os dentes quebrados em um episódio de agressão. 

Com a verdade da própria vida, gravou "Maria da Vila Matilda", onde cantou: "Cadê meu celular, eu vou ligar pro 180. Vou entregar teu nome e explicar meu endereço. Aqui você não entra mais, eu digo que não te conheço e jogo água fervendo se você se aventurar (...) Você vai se arrepender de levantar a mão para mim".

Elza cantava sobre amor, sobre a vida e sobre as mulheres.

Em 2015, ela lançou o marco
Redação
Em 2015, ela lançou o marco "Mulher do Fim do Mundo"


Em diversas entrevistas, a artista comentava sobre o assunto e afirmava  já ter nascido feminista e como era importante lutar e conseguir os direitos das mulheres. Em 2016, à Época, a cantora contou que se considerava uma das primeiras artistas brasileiras a defender o feminismo e se viu como feminista desde nova.

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"Sou feminista convicta. Vivo protegendo as mulheres e vejo que, às vezes, somos burras demais. Temos que pensar mais em nós mesmas e não nos doarmos tanto. Precisamos receber mais dos homens. No meu show, eu faço um alerta para as mulheres ficarem espertas. Já passou o tempo de sofrermos calada", disse.

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Nas redes sociais, internautas e personalidades lamentaram a perda da artista não só para a música, mas para movimentos importantes como o antirracista e, claro, o feminismo. Djamila Ribeiro, filósofa e ativista do movimento negro e feminista, compartilhou uma lembrança com a cantora e lamentou. "O nosso país é o nosso lugar de fala. Elza, eterna. Gratidão por tudo". 

A atriz Taís Araújo também homenageou a artista. "Eu honro Elza Soares. Honro a mulher, a artista, a cidadã, a amiga. Ela é f*da! Sempre foi e sempre será! Dura na queda, nos ensinou a levantar a cabeça a cada tombo e depois seguir (...) Perdi uma ídola e ganhei uma ancestral forte, firme, uma luz.". 

O legado da artista que com uma incrível potência de voz ganhou um Grammy Latino foi eternizado em diversas músicas, que vão seguir reproduzindo a palavra do direito das mulheres no Brasil. 


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