Não há como negar que a tecnologia revolucionou a forma como vivemos, trabalhamos e nos comunicamos. No entanto, com o crescimento exponencial da internet e das redes sociais, surge uma nova preocupação: a dependência digital.
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Assim como em qualquer outra dependência, o uso excessivo da tecnologia pode trazer graves consequências para a saúde mental e física das pessoas, diz Gesika Amorim, Mestre em educação médica, Pediatra pós graduada em Neurologia e Psiquiatria, Especialista em Saúde Mental e Neurodesenvolvimento.
Estudos recentes, apontam que a dependência digital na população em geral, pode estar relacionada a problemas como depressão, ansiedade, transtornos obsessivo-compulsivos e isolamento social.
Ela diz que, na criança, esta dependência, poderá comprometer o processo de aprendizado, além de prejudicar os laços afetivos e emocionais com os pais, cuidadores, familiares e amigos. "Hoje, uma grande parte das crianças se sentem trocadas pelo celular; elas percebem que seus pais ou cuidadores preferem a companhia do celular do que passar um tempo com ela, para brincar, conversar ou interagir de alguma outra forma", alerta Gesika Amorim.
Mas o que leva alguém a se tornar dependente da tecnologia?
A resposta está na dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer. "Acontece assim: Quando usamos a internet, recebemos e-mails, curtidas e comentários em nossas redes sociais, fazemos downloads e interagimos virtualmente com outras pessoas, nosso organismo responde com descargas elétricas em nosso cérebro vai aumentando a produção de dopamina. É essa sensação de prazer que nos leva a querer mais e mais, criando um ciclo vicioso que pode se tornar difícil de controlar", explica a médica.
No caso da dependência digital nas crianças acontece o mesmo. O problema é que se tornou comum a prática de muitos pais recorrem aos aparelhos tecnológicos para manter as crianças ocupadas, mas acabam prejudicando seu desenvolvimento emocional e social. "As crianças precisam de tempo e atenção dos seus pais para aprender a lidar com suas emoções, desenvolver habilidades sociais e cognitivas, a fim de se preparar para a vida adulta", diz Gesika Amorim.
Para combater a dependência digital, é importante encontrar um equilíbrio entre o uso da tecnologia e a vida real. "Algumas sugestões são limitar o tempo de uso da tecnologia, praticar atividades físicas, hobbies e se desconectar periodicamente da internet. Os pais também podem estabelecer regras claras e limites para o uso da tecnologia pelas crianças, e dedicar tempo de qualidade para brincar, conversar e interagir com elas", recomenda a médica.
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A dependência digital é um problema sério, que afeta a saúde mental e o bem-estar de pessoas de todas as idades. É importante reconhecer os sinais e tomar medidas para prevenir ou tratar esse problema. "A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas não podemos deixar que ela nos afaste da vida real e das relações humanas", finaliza Gesika Amorim.