Quando um casal está esperando um bebê, é comum que façam o chamado chá de revelação , evento em que o gênero da criança é revelado à família, aos amigos e, em alguns casos, até aos pais dela. Para boa parte das pessoas, essa informação é bastante relevante, e é a partir dela que decidem a decoração do quarto do bebê, das roupinhas dele e até a forma de criá-lo. Porém, para Kyl e Brent Myer, pais de Zoomer, a questão do gênero não poderia importar menos.

Para Kyl e Brent, pais de Zoomer, o sexo da criança não diz nada sobre a personalidade ou os gostos dela
Reprodução/Instagram @raisingzoomer
Para Kyl e Brent, pais de Zoomer, o sexo da criança não diz nada sobre a personalidade ou os gostos dela


Natural de Utah (Estados Unidos), o casal decidiu criar a criança que tiveram há dois anos, Zoomer, de forma a não estabelecer um gênero para ela. Ou seja: para Kyl e Brent, não é necessário “classificar” o gênero de Zoomer, e muito menos de criar o bebê sob os estereótipos normalmente relacionados a um gênero ou a outro. Sendo assim, em vez de se referirem à criança como “ela” ou “ele”, usam o pronome “they”, que, na língua inglesa, é indefinido e neutro (englobando tanto homens quanto mulheres).

Além de documentarem alguns detalhes da vida de Zoomer no Instagram (que tem mais de 7 mil seguidores), Kyl e Brent também criaram o site “Raising Zoomer” (“criando Zoomer” em português), onde compartilham dicas para pais que querem criar seus filhos da mesma forma que eles o fazem.  No blog, Kyl explica a decisão de forma bem didática.

“O sexo não nos diz nada sobre a personalidade das crianças, o temperamento delas, suas cores favoritas, preferências alimentares, senso de humor, atitude perante às mudanças climáticas ou qualquer outra característica única. Assim como o fato de que elas têm dois braços não nos diz nada além de que elas têm dois braços”, esclarece a mãe de Zoomer.

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Para os pais, o objetivo principal é não “forçar” a Zoomer características normalmente relacionadas a um gênero ou a outro. Por exemplo: muita gente ainda relaciona cabelos compridos, gosto por brincar com bonecas e delicadeza como algo quase exclusivo de meninas, enquanto roupas largas, gosto por futebol e até determinadas profissões – como a de ser motorista ou engenheiro – como algo “de menino”. A ideia do casal é que Zoomer não sinta a obrigação de gostar e de se afastar de algum hábito ou gosto simplesmente pelo gênero.

E quando a criança crescer?

Hoje, Kyl e Brent se recusam a revelar o sexo da criança às “pessoas que não precisam saber” para que esse fator não interfira na criação baseada em um gênero neutro, mas reconhecem que, em algum momento, Zoomer optará por se considerar um menino ou uma menina. Ainda assim, essa perspectiva não aflige os pais. “Nós não acreditamos que essa decisão deve ser nossa. Z terá a liberdade de explorar e criar a própria identidade longe de restrições e expectativas das normas tradicionais de gênero”, explica a mãe.

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