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"Ter deficiência intelectual não me impediu de jogar futebol"

Ter deficiência intelectual não impediu Pilar María Ortí Baviera (34) de jogar futebol. A espanhola é atleta do Levante e joga na LaLiga Genuine Santander. Pilarema, como é conhecida, cresceu no município de Alaquás, na Espanha, e desde pequena, o futebol sempre esteve muito presente em sua vida, já que seu pai, Jaume Ortí, foi presidente do Valencia, entre 2001 e 2004. Em 2018, ela ingressou no clube atual e desde então participou de vários torneios de campeonato de futebol inclusivo em Albacete.

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"O futebol para mim é muito benéfico porque me traz muita tranquilidade e diversão. Faz bem para o corpo e para a mente e, além disso, passo bons momentos com meus amigos. Quando meu pai faleceu, o futebol era a única coisa que me fazia desligar e pensar apenas em me divertir. Isso me ajudou muito a superar a perda do meu pai", disse Pilarema em entrevista ao  El Fan Infiltrado , do jornal espanhol Marca.

Do futebol, a meio-campista guarda boas memórias e recordações, principalmente do pai, falecido em 2017. Ela conta que viveu momentos incríveis durante a época em que ele foi presidente do clube espanhol. "Assisti aos grandes sucessos do Valencia CF de uma posição privilegiada por ser filha do presidente do clube. No entanto, o futebol condicionou a nossa vida, e eu me lembro de quando eu era pequena e o meu pai muitas vezes não estava em casa porque tinha muitos compromissos. Ainda assim, fui muito feliz".

"Uma das lembranças mais bonitas que eu tenho é de quando viajávamos para assistir às finais com meus irmãos e toda a minha família. Eram viagens fantásticas! Curiosamente, quando perdemos nos pênaltis a final da Champions League para o Bayern de Munique, em 2001, no estádio San Siro, em Milão, o Rei Juan Carlos, da Espanha, foi consolar minha irmã e eu, porque não parávamos de chorar", continua.

Hoje a futebolista se tornou uma peça fundamental da equipe valenciana pelo seu entusiasmo pelo esporte. Pilarema divide a paixão pelo clube com o trabalho na Câmara Municipal de Valência, na qual realiza tarefas complementares de apoio. Normalmente, ela trabalha de manhã e participa dos treinos à tarde.

Ao El Fan Infiltrado , a espanhola também revelou que a oportunidade de atuar no Levante UD EDI Feminino surgiu porque seu pai era amigo íntimo de Quico Catalán, presidente do Levante. Catalán teria contado pessoalmente aos dois sobre o projeto da Escola de Futebol para Pessoas com Deficiência Intelectual que estava em andamento na Fundação Levante UD. À epoca, Pilarema não pôde participar porque tinha aulas no período da tarde.

Depois da morte do pai, um amigo que jogava pelo Levante UD EDI a incentivou a entrar na equipe. "Eu sempre gostei de futebol e finalmente posso aproveitar esse esporte", declara.

A LaLiga Genuine Santander é uma iniciativa realizada pela LaLiga por meio de sua Fundação e que consiste em uma competição de futebol com times formados por pessoas com deficiência intelectual. Lançada em 2017, a competição premia os atletas com base em valores como inclusão, diversidade, humildade, camaradagem, empatia, cooperação, generosidade, respeito, entre outros.

O torneio é de Futebol 8, e as partidas têm quatro tempos de 10 minutos cada. Cada temporada é dividida em quatro fases, disputadas em diferentes locais da Espanha. Atualmente, são 44 times, divididos em três categorias. Quando se trata de pontuar, não apenas o resultado é levado em conta, mas também o comportamento esportivo, e os atletas e treinadores são recompensados por suas ações.

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