O Mês da Mulher é uma lembrança das muitas conquistas femininas ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de gênero que persistem em todo o mundo. Nesse sentido, também é um momento para se olhar para elas com maior atenção e entender quais são as suas preocupações e problemas.
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Segundo uma pesquisa realizada pela H2R Insights & Trends, a mulher é mais afetada por preocupações com a saúde mental do que o homem. Nove em cada dez mulheres se preocupam com o estigma e com a falta de conscientização sobre sua saúde mental, o que está alinhado com a pauta global a respeito da importância da saúde mental feminina para o mundo.
Os dados revelam que, para 52% das mulheres, os problemas financeiros e o estresse no trabalho são os principais fatores que afetam sua saúde mental. Além disso, a autopercepção de bem-estar emocional entre as mulheres é menor do que entre os homens: 44% contra 51%.
Vale mencionar que a Aliança Global para a Saúde da Mulher, organizada pelo Fórum Econômico Mundial, defende que investir na saúde mental das mulheres é o melhor caminho para as sociedades e economias. A iniciativa afirma que mulheres mentalmente saudáveis ajudam todos a crescerem. Ainda segundo a Aliança, as condições de saúde mental afetam as mulheres de forma única e desproporcional, fazendo com que elas passem mais tempo tendo problemas relacionados ao bem-estar emocional.
O estudo vem ao encontro dessa preocupação, já que constatou que 25% das entrevistadas se preocupam com as diversas pressões culturais e sociais, além do medo de serem alvo de preconceito. "Esse estudo mostra que a mulher que é mãe, profissional, esposa, filha e cuida de todo mundo também é alvo de preconceito a respeito da própria saúde mental", afirma Alessandra Frisso, diretora da H2R.
Outro dado importante é que as mulheres percebem que estão mais próximas de pessoas com o bem-estar mental afetado. Dados mostram que 70% delas conhecem alguém que já foi diagnosticado com alguma condição nesse sentido. "Elas são, em casa, as que mais cuidam de pessoas com esse tipo de problema", pontua Alessandra.
"Como prova de que o tema deve ser visto com mais calma, durante a 78ª Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Amina J. Mohammed, secretária-geral adjunta da entidade, declarou que a saúde mental se tornou uma pandemia silenciosa na vida de muitas das mulheres. Olhando especificamente para os números da pesquisa, é possível reconhecer a importância de abordar as questões de saúde mental das mulheres com sensibilidade, compreensão e apoio, garantindo o acesso a recursos e serviços que atendam às suas necessidades específicas", conclui Alessandra Frisso.
Para essa pesquisa, a H2R coletou 1.023 entrevistas entre consumidores brasileiros das classes A, B e C, sendo 510 mulheres, com o perfil e região dos entrevistados como um espelhamento do perfil brasileiro real. A margem de erro foi de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, no intervalo de confiança de 95%.