Se não fossem as mães a gente não estaria aqui. A constatação de Thaísa Passos, gerente global de marketing da S.I.N. Implant System, é a base de valorização das mulheres gestantes em seu departamento, onde grávidas podem ser promovidas tanto quanto qualquer outro profissional. Na empresa da área de dispositivos odontológicos, sobretudo implantadontia, vem crescendo o número de mulheres, tanto no administrativo, como na fábrica. "O presidente em 4 filhos, dá valor à mãe", acredita Passos.
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A pandemia, diz a gestora, ampliou o número de gestantes na empresa, principalmente por conta do home office. "As mulheres pensam muito antes de engravidar e poder trabalhar em casa dá uma segurança, elas se desesperam menos. A gestação não altera o ciclo profissional aqui dentro. Independentemente se a funcionária está grávida, a gente vê o profissional, se é mulher, casada, não importa. Ela vai ser promovida de acordo com o mérito", explica a gerente.
O preconceito é tão arraigado que as mulheres quando vão relatar a gestação já chegam com medo. E todas as que foram promovidas se espantaram ao receber a notícia. "Vai ser promovida grávida, você trabalhou, o bebe não é um impeditivo, quando ouvem isso nem acreditam", conta Passos. "Gostaria que mais gente fizesse isso, que a gente servisse de exemplo no mercado."
Aliesh Costa, CEO da Carpediem RH, relata que a empresa também promoveu uma funcionária gestante e isso aconteceu porque a humanização é um forte pilar da empresa. "Uma colaboradora, chamada Tairine Soares, ingressou como estagiária na empresa, e foi como estagiária que descobriu a gravidez. E quando compartilhou a notícia conosco, tivemos uma postura de acolhimento – afinal, antes de tudo, uma vida é sempre motivo de celebração e de alegria! Na Carpediem, enxergamos nossos colaboradores como seres humanos em sua integralidade, e não com um olhar focado apenas no rendimento profissional. Por suas competências e profissionalismo, decidimos promovê-la ao cargo de analista. Ou seja, a gravidez nunca foi empecilho e, aliás, não é mesmo, acreditamos que a chegada de um filho é um combustível para a mulher ser uma profissional melhor ainda, já que com o recurso financeiro ela poderá dar o melhor para seu filho. O próprio momento onde foi anunciada a promoção foi marcado pelo afeto e empatia: anunciamos a promoção da Tairine durante um evento de confraternização na empresa. Foi um momento muito marcante!"
Na Braile, empresa do setor de vávulas e endopróteses, a equipe já é bastante feminina, com uma presidente mulher e 50% do nível de gerencia. As promoções inesperadas que aconteceram por lá foram de mulheres na volta da licença maternidade.
"Há 3 anos somos uma empresa humanizadoa e a presença feminina é normal e bem aceita. A empresa dá 6 meses de licença, promovee chá de fralda, auxíliocreche. E tivemos casos de promover as mães depois da licença maternidade, a gente entende a carreira da mulher, anda em conjunto com a vida pessoal. Nós interessamos em reter talentos", esclarece Carline Miglioli, responsável pela gestão de pessoas.
No sentido de fazer uma provocação para o mercado, a agência Bloom Care promoveu, em 2021, a campanha 'Contrate Grávidas'. "A gente não faz um trabalho de contratação, de gestão, a campanha puxava para essa conversa, quase uma provocação, pra gente entender o papel e o poder que essa mulher tem ou deveria ter", explica Juliana de Faria, Brand Builder da Bloom Care.
"A Bloom é a primeira healthtech de saúde das mulheres e famílias na América Latina a ter certificação. Nosso foco é nas mulheres que tem filhos, homens que têm filhos também, então a gente está falando sobre um benefício de saúde que tem um olhar integrado pra família, questões de planejamento familiar, vontade de engravidar, a própria gestação, parto, puerpério tem todo um atendimento a partir dessa clínica virtual da Bloom. No fim das contas é um aplicativo que você tem acesso a uma equipe de saúde que está ali o dia todo para tirar dúvidas e a possibilidade de agendar atendimentos", explica.
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Para gerar um pouco de conscientização sobre o tema, a gente quer falar como acolher essas mulheres, e essas mulheres mães, que têm mais desafios, muitas outras nuances, foi criada no ano passado uma campanha chamada Contrate Grávidas. "A ideia era, quando você for soltar vagas você pode colocar ali, da mesma forma que têm textos de diversidade falando que não tem preconceito com PCDs, qualquer idade, colocar que mulheres que estão gestantes são bem-vindas a participar do processo, que vai ser um processo honesto e transparente. Era esse chamamento, mostrando que as grávidas ainda podem e devem participar do mercado de trabalho, ainda mais pós-pandemia, que tantas mães saíram do mercado de trabalho ou sendo demitidas, porque não estavam dando conta de tanta coisa, de tanto trabalho, carga emocional, carga mental, a gente quis mostrar que o mercado precisa ser mais atencioso com as gestantes."