Com mensagens de combate à violência contra mulheres, munidos de milhares de balões brancos, cerca de quatro mil pessoas se concentrarão na Avenida Paulista no último sábado do mês de agosto, dia 27, para promover um grito pela paz por meio de uma passeata. Esse grito é do projeto Quebrando o Silêncio, uma iniciativa que ocorre anualmente em oito países da América do Sul, a fim de orientar e conscientizar a população no combate e prevenção à violência doméstica e psicológica contra mulheres, crianças e idosos.
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Do total de manifestantes, dois mil são crianças, juvenis e adolescentes, conhecidos como desbravadores e aventureiros (frentes semelhantes aos Escoteiros). Uniformizados, eles promoverão uma fanfarra ao longo do trajeto. Além de contribuir com o alerta à população, esse grupo mais jovem aprende, desde cedo, sobre o respeito ao próximo e a não se calarem caso sejam vítimas de algum tipo de abuso ou violência, orientados sobre como reagir e onde denunciar.
O grupo vai se concentrar às 15h próximo à estação de metrô Trianon Masp, percorrerá 700 metros, pausará por alguns minutos na TV Gazeta para um momento de apresentação num trio elétrico e, após, retomam a caminhada por mais 800 metros na altura da esquina com a Rua Treze de Maio.
Previsto no calendário oficial do Estado de SP
Em outubro de 2019, o Dia da Campanha Quebrando o Silêncio entrou para o calendário do Estado de São Paulo, a partir de uma propositura sancionada pelo governador com a Lei 17.186/2019.
A campanha é uma iniciativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia, promovida desde 2002 em oito países da América do Sul (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai). O projeto é desenvolvido ao longo de todo o ano, mas uma das suas principais ações ocorre sempre no quarto sábado de agosto, com ações de conscientização social sobre este tema para reforçar a importância da denúncia para combater os atos de abuso e agressão domésticos e o quanto este ato pode salvar vidas.
Violência psicológica
A cada ano, o Quebrando o Silêncio aborda um tema diferente sobre violência. Em 2022, a temática é voltada à violência psicológica. Levantamentos feitos por diferentes órgãos ligados à saúde e à segurança constatam que a violência psicológica é o tipo de abuso mais recorrente, antecedendo, em muitos casos, outras formas de agressão. Está presente nos lares e ambientes acadêmicos e de trabalho, sob a forma de ofensas, chantagens e ameaças.
Por não ser um ato físico, esse tipo de agressão ainda é muito velado e subnotificado aos órgãos de segurança. No entanto, é reconhecida como crime em diversos países, dado o seu potencial danoso à vítima.
No Brasil, a lei 14.188/2021 criminaliza a violência psicológica contra a mulher. De acordo com o artigo 147-B, constitui-se como tal crime qualquer ato que cause “dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação”.