Durante o sexo, a única substância expelida pelo pênis é o esperma , certo? Nada disso. Quem se relaciona com homens já deve ter percebido que, geralmente, basta eles ficarem excitados para que um líquido transparente e viscoso apareça – e, junto com ele, chegam as dúvidas. Afinal, para que serve esse líquido pré-ejaculatório? Ele é capaz de engravidar?

O líquido pré-ejaculatório é um fluido transparente que prepara o canal da uretra para a passagem dos espermatozoides
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O líquido pré-ejaculatório é um fluido transparente que prepara o canal da uretra para a passagem dos espermatozoides

De acordo com Alex Meller, urologista do Hospital Israelita Albert Einstein, em geral, o líquido pré-ejaculatório ou líquido seminal não tem espermatozoides na composição, mas isso não significa que usar o coito interrompido – ou seja, cessar a penetração antes da ejaculação acontecer – como único  método contraceptivo é algo eficaz tanto para prevenir a gravidez quanto para impedir a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis.

Função

Se o líquido seminal não tem espermatozoides na composição, para que ele serve? Conforme explica o urologista, esse fluido é produzido pelas glândulas bulbouretrais, localizadas abaixo da próstata, e serve para preparar o caminho para os espermatozoides – de forma semelhante a como a lubrificação vagina prepara a mucosa do canal para a penetração. Além disso, algumas substâncias presentes nessa secreção "alimentam" as células reprodutoras masculinas, preparando-as para percorrer o longo trajeto até o óvulo.

“Como o espermatozoide é muito sensível, ele pode morrer com a acidez causada pela urina na uretra ou por qualquer outra alteração de pH. Esse líquido [seminal] serve para equilibrar o pH e limpar a uretra para que o espermatozoide passe sem ser danificado”, explica Meller. Sendo assim, apesar de o esperma não ser uma das substâncias presentes nesse fluido, ele serve como veículo – e é aí que mora o perigo para não quer engravidar .

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Afinal, líquido pré-ejaculatório engravida?

Conforme explica Meller, ao contrário do esperma, o líquido seminal em si não é composto por espermatozoides e, sozinho, não tem o que é preciso para fecundar um óvulo, mas, quando um casal emenda uma relação sexual na outra, há, sim, riscos de a mulher ficar grávida.

De acordo com o urologista, isso acontece porque, quando o homem ejacula, a maior parte dos espermatozoides é expelida pela uretra, mas é possível que alguns se prendam às paredes do canal e fiquem retidos ali. Durante essa primeira relação, a possibilidade de haver espermatozoides no líquido seminal são praticamente nulas, mas, se houver contato sexual novamente, o fluido pode carregar o esperma que “ficou para trás” na uretra para dentro da vagina.

Em geral, o coito interrompido não é um método contraceptivo recomendado por especialistas porque, para que ele seja executado com perfeição, o homem precisa ter muito controle sobre o próprio corpo no momento do sexo, e essa possibilidade de o líquido pré-ejaculatório se transformar em um veículo para espermatozoides só aumenta as probabilidades de a técnica falhar.

De acordo com Meller, o melhor a se fazer é sempre apostar na boa e velha camisinha, que, segundo especialistas, é o único método contraceptivo capaz de proteger o casal tanto contra uma gravidez indesejada quanto contra a transmissão de doenças. Para quem quer proteção redobrada, uma boa ideia é combinar o preservativo – seja ele o masculino ou o feminino – com outro método contraceptivo, como o DIU (dispositivo intrauterino), a pílula anticoncepcional ou até mesmo o coito interrompido.

Gravidez não é o único risco oferecido por ele

Além de poder ocasionar uma gravidez indesejada em determinadas circunstâncias, o líquido pré-ejaculatório é, assim como o sêmen e o sangue, um possível vetor de doenças. O contato direto entre essa substância e o canal vaginal ou a mucosa da boca pode ser o suficiente para que haja a transmissão de DSTs e, sendo assim, o melhor é manter a saúde em dia –  tirando todas as dúvidas com o médico e realizando exames de rotina – e nunca abrir mão da camisinha.

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