Por mais que seja cada vez mais fácil discutir sexo abertamente, as pessoas ainda têm muito bloqueio com relação a isso. De acordo com um estudo , quase 50% das mulheres têm problemas na região íntima e não falam sobre eles com ninguém, alegando falta de informações sobre o assunto e desconhecimento sobre com quem deveriam falar. Segundo especialistas, ter vergonha de tocar no assunto e evitar se abrir com profissionais são alguns fatores que levam as pessoas a ter dúvidas sobre sexo. Sendo assim, o Delas esclareceu alguns mitos comuns sobre orgasmos, doenças sexualmente transmissíveis, contracepção e mais:
1. O pênis precisa ser grande para dar prazer à mulher?
Esta talvez seja uma das maiores dúvidas sobre sexo para homens. É verdade que muitas mulheres curtem uma penetração mais profunda e, logo, preferem fazer sexo com homens que tenham um pênis grande, mas, levando em consideração que o ponto G fica entre cinco e sete centímetros da entrada do canal vaginal, o membro não precisa ter um tamanho tão extraordinário para dar prazer.
No fim, é tudo questão de preferência. Em um debate realizado pelo Deles , grande parte das mulheres disse que a performance do parceiro durante o sexo importa mais do que o tamanho do pênis em si. “Não adianta ter pinto grande, não saber usar e acabar machucando. Não adianta ter pinto pequeno e transar como se fosse enorme. Além disso, cada mulher tem um tamanho e formato de canal, e os pontos de sensibilidade também são diferentes. A observação final é: não adianta ter o membro de qualquer tamanho se não sabe fazer oral”, resume uma delas.
2. É normal não sentir prazer com penetração?
Sim, e muito. De acordo com um estudo , o conjunto de práticas que mais leva mulheres ao orgasmo (sexo oral, beijos profundos e estimulação da região genital com as mãos) nem envolve a penetração. Para Cátia Damasceno , especialista em sexualidade e criadora do projeto “Mulheres Bem Resolvidas”, a própria anatomia do corpo feminino explica isso. “Há uma questão anatômica, já que o clitóris é externo, enquanto a vagina é interna, ou seja, o acesso ao clitóris é muito mais fácil. Em segundo lugar, a quantidade de terminações nervosas do clitóris é maior”, afirma a especialista.
Cátia também afirma que há certa pressão – tanto por parte dos homens quanto por parte das próprias mulheres – para que elas cheguem ao orgasmo com penetração. Ficar pensando muito na demora em gozar e ter o foco do sexo no orgasmo pode atrapalhar o caminho até o ápice do prazer e ainda trazer frustração. No fim, não há nada de errado em não gozar com a penetração e, se ela for minimamente prazerosa, é possível combiná-la com outras práticas para que a relação sexual seja satisfatória.
3. Só mulheres fingem orgasmo?
Não. Apesar de normalmente ligarmos o orgasmo masculino à ejaculação, essas duas coisas nem sempre acontecem simultaneamente, e, de acordo com estudos , eles também fingem ter chegado ao ápice do prazer. Entre os motivos que eles dão para isso estão o cansaço e o medo de magoar a parceira ou o parceiro, assim como ocorre com as mulheres.
4. A vagina precisa ser limpa internamente após o sexo?
De todas as dúvidas sobre sexo e sobre as partes íntimas femininas, esta é uma das que mais afligem as mulheres. Não é nada raro encontrar pessoas que se incomodam com o odor da região íntima e acabam apelando para produtos como desodorantes e perfumes, que podem causar problemas de saúde. No entanto, de acordo com especialistas, a vagina tem, sim, um odor natural, e só se torna preocupante quando fica mais forte que o normal ou é acompanhado de corrimento amarelado.
O mais indicado na hora de higienizar a região é dispensar todos os produtos que tenham muito perfume e optar por um sabonete neutro, que não vai agredir a mucosa vaginal. A higiene, porém, deve ser feita apenas na vulva, ou seja, na parte externa da região íntima. O canal vaginal em si é “autolimpante” e não precisa de lavagens periódicas ( não importa o que você leia na internet ).
5. Todas mulheres podem usar qualquer método contraceptivo?
Não. Conforme explica a ginecologista Mariana Maldonado, cada método contraceptivo tem uma interação diferente com o organismo. A pílula anticoncepcional, por exemplo, tem resultados positivos para muitas mulheres, mas alguns fatores – como o cigarro, a idade e a predisposição a doenças cardiovasculares – fazem com que ela se torne um verdadeiro veneno para o corpo.
Segundo a especialista , antes de escolher um método contraceptivo, o ideal é ter uma conversa franca com o médico, tirar todas as dúvidas e realizar todos os exames necessários para saber qual deles é o mais adequado. No entanto, há um método que não requer um consulta médica: a camisinha. Conforme explica a médica, o preservativo – quando bem colocado – é o único método contraceptivo que previne tanto a gravidez indesejada quanto a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis.
6. Mulheres também ejaculam?
Apesar de esse tema ainda ser cercado de mistérios e dividir a opinião de especialistas, alguns estudos (e muitas mulheres) afirmam que o “squirt” pode, sim, existir. Para a fisioterapeuta íntima Débora Padua, a substância expelida por algumas mulheres nesse momento é diferente tanto do xixi quanto do líquido que lubrifica a vagina. Nem toda mulher tem essa experiência, mas, segundo a especialista, estimular a região íntima de várias formas diferentes e conhecer melhor o corpo pode ajudar.
7. Homens têm prazer nos mamilos e na região anal?
Tanto o corpo da mulher quanto o corpo do homem têm zonas erógenas, e os órgãos genitais estão longe de ser as únicas. O pescoço, os lábios, o clitóris e o pênis são algumas delas, mas o períneo – trecho de pele que fica entre os genitais e a entrada do orifício anal – e o ânus também são partes do corpo com um grande número de terminações nervosas, o que as torna o toque prazeroso.
Para eles, o prazer anal tem ainda outra explicação: a próstata. Segundo estudos, a estimulação dessa região proporciona orgasmos muito mais intensos aos homens . Aqui, porém, o importante mesmo é conversar com o parceiro e perguntar de que coisas ele gosta e de quais prefere passar longe, já que o prazer que os homens sentem em regiões normalmente relacionadas à sexualidade feminina (ou à homossexualidade) é uma das dúvidas sobre sexo mais polêmicas.