Apesar de muitas pessoas considerarem sexo apenas o ato que tem penetração, há pessoas – principalmente mulheres – que não curtem muito a prática, e são diversas as situações que podem levá-las a rejeitar o sexo vaginal. Memórias traumáticas situações como o abuso sexual, condições dolorosas como o vaginismo e a dispareunia e até o desconforto em ser  penetrada durante a gravidez , por exemplo, podem ocasionar essa preferência.

Ao contrário do que muita gente pensa, o sexo não precisa incluir penetração para ser prazeroso
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Ao contrário do que muita gente pensa, o sexo não precisa incluir penetração para ser prazeroso

Ainda assim, não é exatamente necessário que haja um fator externo como esses influenciando a mulher para que ela não goste de penetração durante o sexo.  De acordo com um estudo publicado neste ano pelo “Archives of Sexual Behaviour”, enquanto a combinação de sexo oral com estimulação genital e beijos profundos faz com que 80% das mulheres tenham um orgasmo, o sexo vaginal faz com que apenas 35% cheguem ao ápice do prazer. Conforme explica a especialista em sexualidade Cátia Damasceno, isso pode ser explicado pelo fato de o clitóris ter mais terminações nervosas que o ponto G, além de ser mais fácil de estimular.

Seja por gosto, trauma ou condição física, é importante lembrar que o que conta como relação sexual é diferente para cada um, e que o importante é a experiência ser, ao mesmo tempo, prazerosa e consensual. Se você se identifica com isso ou tem uma parceira que não curte muito o sexo vaginal, confira x práticas sexuais que não envolvem o sexo vaginal para testar:

1. Masturbação mútua

Não é difícil encontrar quem considere a masturbação um ato solitário e até quem tenha vergonha de se tocar na frente do parceiro ou parceira. Porém, de acordo com a sexóloga Carla Cecarello, a masturbação mútua durante a relação sexual ajuda a aproximar os parceiros, além de ser algo bastante prazeroso.

A especialista explica que, para casais de longa data, a conversa é a melhor forma de tornar a prática o mais prazerosa possível, já que é importante que os dois indiquem como gostam de ser tocados. Em casos de sexo casual, onde não há tanta intimidade, ela indica guiar o parceiro ou parceira com as mãos.

Para mulheres que não curtem penetração, a pessoa que estiver masturbando-a deve manter o foco no clitóris e em outras partes da vulva, variando os movimentos e até a pressão dos dedos na região. Para estimular o parceiro, elas podem usar desde as mãos até os pés e os seios, acrescentando um bom lubrificante à base de água à brincadeira.

2. Sexo oral

Segundo um estudo conduzido por especialistas do site “Victoria Milan” – rede social para pessoas que buscam relacionamentos extraconjugais –, para 85% dos homens e 72% das mulheres, o sexo oral é algo quase indispensável em um relacionamento. Isso mostra o poder que a prática tem de satisfazer as pessoas, e, veja só, ela não envolve penetração! Porém, para fazer o parceiro ou parceira chegar ao orgasmo, é preciso fazer direito.

No caso do sexo oral em mulheres, é importante prestar atenção na posição da língua, na velocidade dos movimentos e, é claro no local. O ideal é focar a estimulação com língua e lábios no clitóris enquanto mantém um ritmo constante, já que mudanças bruscas – seja para mais rápido ou mais devagar – podem fazer com que as coisas “esfriem”. Também é legal evitar a “língua pontuda”, mantendo-a relaxada. Algumas mulheres não sentem prazer com a estimulação direta do clitóris, então fazer movimentos circulares ao redor deles pode ser a melhor forma de dar prazer a ela se esse for o caso.

No caso do homem, é importante lembrar que a parte mais sensível do pênis é a glande (ou seja, a “cabeça”), então ela deve receber uma atenção especial durante o sexo oral. Os testículos também não devem ser esquecidos, e acompanhar os movimentos da boca – que devem ter uma velocidade constante – com as mãos posicionadas na base do pênis é uma boa ideia para quem tem o fundo do céu da boca muito sensível.

3. Estimulação dos seios

Algumas pesquisas apontam que, para algumas mulheres, a capacidade de ter orgasmos apenas com a estimulação dos seios é real. Essa região do corpo é uma área erógena, ou seja, uma área que, por ter uma pele mais fina e mais terminações nervosas, se torna absurdamente sensível ao toque. Aqui, porém, também é questão de conversa, já que, enquanto algumas mulheres amam ser tocadas nessa região, outras não sentem nada com o estímulo.

O estímulo nessa parte do corpo pode ser feito tanto com as mãos, em toques suaves, como com a boca e até com um brinquedo sexual (como um mini vibrador). O importante é manter as carícias leves e aumentar a intensidade apenas se a pessoa se mostrar receptiva a isso.

4. Amassos de roupa

Conforme explica Laurie Mintz, professora de psicologia da sexualidade humana consultada pelo site “Refinery 29”, uma prática que não envolve penetração e pode até levar ao orgasmo é aquele amasso de roupa. Segundo a especialista, a ideia é friccionar as partes íntimas com o corpo do parceiro, ou até fazer isso com uma almofada ou travesseiro enquanto o parceiro faz o mesmo em você.

5. “Sexting”

O “sexting” – sexo virtual ou troca de mensagens picantes – normalmente é uma tática a qual parceiros que namoram à distância ou ficam muito tempo longe um do outro usam, mas também pode ser muito prazerosa em outras situações. O tato não é a única coisa capaz de estimular alguém, e receber mensagens excitantes pode ser um “algo a mais” no momento da masturbação solo.

6. “Edging”

O termo vem de “edge”, que, em português, significa “beirada”. No sexo, a técnica consiste em estimular o parceiro até que ele esteja à beira do orgasmo, pausar a estimulação e, em instantes, retomá-la. Algumas pessoas afirmam que quando chegam ao orgasmo depois de algumas dessas pausas, a sensação é incrível. Afinal, quem disse que o sexo sem penetração não pode ser intenso?

7. Usar brinquedos eróticos

Da mesma forma que o sexo pode acontecer sem a penetração,  brinquedos eróticos não tem apenas a finalidade de estimular a parte interna da vagina. Hoje, há uma gama enorme de acessórios eróticos para diferentes tipos de estimulação, como mini vibradores, acessórios de sucção para o clitóris, algemas – para quem curte submissão, por exemplo –, lubrificantes comestíveis, entre outros. As pessoas costumam considerar o uso desse tipo de acessório algo solitário, mas usá-los junto do parceiro ou parceira, assim como a masturbação, pode ajudar a aproximar o casal.

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