A influenciadora Jess dos Anjos abordou o tema rivalidade feminina como um dos agentes de problemas no âmbito da indústria de entretenimento e da saúde mental de diversas mulheres. Além disso, ela acredita que a disputa feminina pode ser um dos meios que enfatizem ainda mais o machismo na estrutura da sociedade.
“Eu enxergo que a rivalidade feminina é uma das principais armas que o machismo usa para se fortalecer e continuar perpetuando na sociedade. Desde a infância, nós mulheres somos incentivadas a competir umas com as outras. As listas de quem é a menina mais bonita da turma, os filmes e séries Hollywood's focados na geração Teen sempre traz também essa temática, e a própria indústria de entretenimento tende a discretamente nos levar a esse discurso, como as enquetes para saber quem usou o melhor vestido na ocasião X etc”, disse a ex-bailarina do Faustão.
Ela ainda apontou que nenhuma mulher sai ganhando ou perdendo na rivalidade feminina.
“Em uma pesquisa rápida na internet é possível ver como a rivalidade é usada até mesmo com estratégia midiática. Mas no final dessa rivalidade nenhuma mulher ganha, saindo vencedor apenas o patriarcado, isso porque ao criar o individualismo das mulheres não deixa espaço para entender que nós unidas somos invencíveis”, contou.
A influenciadora lembrou como foi passar por essas situações no início de sua carreira e como tenta escapar disso hoje em dia.
“Eu enxergo que toda mulher em algum momento da sua vida foi refém dessa rivalidade. No meu caso, eu senti muito na pele quando comecei a carreira artística, porque como expliquei muitas das vezes somos ‘jogadas’ para esse campo de guerra e nem percebemos. As pessoas ao redor também costumam inflar esse tipo de besteira, porque hoje enxergo dessa forma. Há espaço para todo mundo, ninguém é 100% perfeito o tempo todo. Cada um tem sua vez de brilhar e ninguém tira o brilho de ninguém".
“Hoje eu me sinto mais blindada para evitar esses tipos de situações, até porque a maturidade e a experiência traz isso. No primeiro sinal que percebo que alguma outra mulher possa estar achando que estou entrando nesse cenário de rivalidade, costumo sentar para conversar e tentar desfazer essa imagem, e se for ao contrário eu começar a pensar nisso, já levo para terapia (risos), muitas das vezes é o melhor caminho”, pontuou.
Jess aproveitou para dar um conselho para todas as mulheres que sofrem com as comparações.
“Acho que é importante antes de tudo praticar o autoconhecimento, amor próprio e cuidar da sua saúde mental, porque infelizmente não vivemos ainda em um conto de fadas é temos que lidar com tais consequências de viver em uma sociedade machista. Além disso, aconselho começar a prestar atenção nos conteúdos que está consumindo nas redes sociais, porque muita das vezes eles podem ser grandes gatilhos para comparações”, finalizou.