São mais de 500 pessoas no centro de distribuição da Amazon, no Rio Grande do Sul, boa parte delas debaixo do guarda-chuva de Ana Laura Bueno, que está na companhia desde julho de 2020 e lidera as operações com o que ela chama de liderança empática e dentro da cultura da Amazon.
Diurna, ela acorda às 4h50 da manhã e às 5h10 está na academia. "Faço meu treino, tomo um café, um chimarrão. Passo o dia no trabalho, há dias de alta demanda, mas à noite costumo estar em casa." Vive com o namorado e cinco gatos e garante que dá para ter vida pessoal, mesmo ocupando o cargo que ocupa.
Quem a vê desenvolta à frente de toda a operação da Amazon no Rio Grande do Sul não imagina que sua formação nada tem a ver com logística. "Sou do interior de São Paulo, de Mogi Mirim. Me formei em Química, na Unicamp. Comecei trabalhando como estagiária na Ambev, em Jaguariuna. Fui efetivada e já tinha uma visão analítica, de produtividade, eu era da qualidade mas passei a analista de planejamento de produção, já respondia para o gerente de logística", conta.
Seguiu sua carreira nesta área, ficou cinco anos na Ambev, depois foi para a Johnson & Johnson como coordenadora de logistica. "Em julho de 2020, realizei um sonho, a vaga de gerente na Amazon, vi no LinkedIn, entrei, e comecei como gerente de operações inbond, no recebimento", lembra.
Ana foi promovida e diz que se sente acolhida pela cultura da Amazon. Um dos princícipios de lidereça é o sentimento de dono, coisa que ela sempre teve. "Sempre tive que correr atrás, vou botar a mão na massa, me encontrei nessa cultura, nesse sentimento de dono." Outro princípio do qual ela não abre mão é aprender e ser curioso. "Eu conhecia alguns sistemas de logística, mas a Amazon tem um sistema próprio, eu adorei ter de aprender tudo, me encaixei muito", diz a líder.
Ana Bueno garante que não enfrentou obstáculos de gênero, ainda que sua área seja majoritariamente masculina. Ela participou de um programa de mentoria e agora está coordenando um dos grupos de diversidade, para ajudar outras mulheres na liderança. "Um ano e meio como mentorada, em grupos de 5 mulheres e 1 mentora. É uma forma de compartilhar experiencias, a gente se sente acolhida, tem pessoas de outras áreas e o suporte da mentora", lembra.
"Achei uma honra coordenar esse projeto com a Debora Costa, hoje eu sou essa mulher, essa mentora, traz uma responsabilidade, mas é uma forma de mostrar que não é uma barreira chegar lá", avalia. Ela vai tocar o programa, agora do outro lado. "Não tive dificuldades por ser mulher, ou barreiras por causa disso, a empresa não aceita discriminação e convivo com pessoas que também não aceitam", admite.
Como líder da operação, Ana Bueno, aos 33 anos, passou a ser responsável por várias áreas que não conhecia, como o RH, manutenção, TI, segurança do trabalho, mas ela não se intimida e diz que está habituada a trabalhar em áreas que não são as dela. "De novo, é o princípio de liderança de ir aprendendo."
Para agora, ela está bem focada em desenvolver seu meu time. "Vejo que meu desafio é desenvolver pessoas, deixar uma marca sensacional e fazer isso com empatia, liderar com empatia. Quero ajudar o time a se desenvolver cada vez mais", avisa.