“A função do educador social é garantir direitos aos que estão fora da assistência básica do Estado brasileiro. Isso inclui inseri-lo desde a rede de assistência social e saúde, a arte, cultura e projeto de vida”, explica educadora Pâmela Ribas. Celebrada hoje (19), a profissão ainda é pouco conhecida e regulamentada no país, mas tem uma função indispensável: a garantia dos direitos da parcela da população à margem da assistência social básica, sobretudo no atual contexto político de perdas de direitos .
“A função do educador social é garantir direitos aos que estão fora da assistência básica do Estado brasileiro. Isso inclui inseri-lo desde a rede de assistência social e saúde, a arte, cultura e projeto de vida”, explica.
Leia Também
O que faz um educador social
A profissão de educador social muitas vezes é confundida com a de assistente social. Pâmela diz que isso acontece porque que na prática, muitas vezes o educador faz tarefas de assistente social, mas o contrário não ocorre. O assistente social atua nos espaços como técnico social. Responsável por encaminhamentos e diferentes intervenções, que em função da demanda, contato mais próximo e vínculo, acaba sendo feito pelo educador social.
“Em função da profissão do educador social não ser devidamente reconhecida com funções pré estabelecidas, acaba por não saber exatamente qual o limite de trabalho.O educador social é a linha de frente, que resolve o que pode, até chegar ao assistente social. Na prática é isso”, explica.
Leonardo Oliveira, psicólogo e educador social, que trabalha especialmente com pesssoas em situação de rua aborda que suas funções também são educativas. “A educação social tem como objetivo conscientizar as pessoas dos seus direitos e proporcionar pensamento crítico e desenvolvimento biopsicossocial através de práticas educativas e informativas, levando em conta a multiplicidade das características de cada pessoa”, explica.
Em sua trajetória como educadora social, Pâmela relembra de um momento marcante. O dia em que uma família, que chegou com um bebê de 4 dias no centro que ela trabalha para pessoas em situação de rua. “Ele chegou numa situação bem difícil, insalubre e foi bem complicado ver toda a fragilidade de um bebê sendo que o centro geralmente só atende adultos em situação de rua. Recentemente ele retornou esta semana aqui no centro com 2 anos de idade, lindo e grande”, conta.
Ela finaliza falando que um dos desafios para a profissional é em relação às mulheres educadoras sociais em um ambiente em que 90% dos beneficiários são homens . “É muito difícil falar sobre machismo para quem não teve acesso ao amor, cuidado e solidariedade, tais como as pessoas em situação de rua, mas também este desafio enquanto educadoras sociais”, finaliza.