O aplicativo "Igbá - Heranças Ancestrais" foi desenvolvido pela Ialorixá Mãe Marcia D'Oxum, do terreiro Egbé Ilê Iyá Omidayê Axé Obalayó (Casa de Oxum, Mãe da Água do Mundo, e Xangô, Rei que Nos Traz Alegrias), para mapear a herança africana no estado do Rio de Janeiro. Nascido da necessidade de criar um app para o setor cultural com foco no etnoturismo — etnicidade apresentada como turismo — do estado, a plataforma localiza terreiros de religião de matriz africana, além de vários outros pontos que fazem parte da cultura do povo negro.
O aplicativo conta com recursos da Lei Aldir Blanc, que oferece auxílio emergencial a trabalhadores da cultura, e é promovido pela Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa. O app busca fortalecer o contato dos cidadãos cariocas com o turismo cultural do estado, além de também oferecer a turistas a localização rápida e fácil de pólos turísticos que estão ligados aos povos de matrizes africanas.
“Vejo algumas falhas quando é feito por quem não é do candomblé. Toda a tentativa de mapear sempre foi pelos espaços, nunca pelas pessoas. Por isso, a gente tem muita dificuldade de buscar política pública direcionada. Pensam que a gente é minoria.” disse Mãe Márcia em entrevista ao Jornal Extra.
Para os religiosos do Rio de Janeiro, é possível cadastrar a localização. Nesta etapa, é preciso responder um questionário com informações da religião e do terreiro do usuário. O Igbá é disponível para Androide e IOS, já conta com 55 terreiros mapeados e 220 pessoas cadastradas.