Gravidez tubária: entenda o que fez a influencer Camila Monteiro perder o bebê

O problema acontece quando o embrião cresce fora do útero; entenda como isso acontece

Camila Monteiro perdeu seu bebê devido a uma gravidez tubária
Foto: Reprodução/Instagram
Camila Monteiro perdeu seu bebê devido a uma gravidez tubária


Na última semana, a influenciadora Camila Monteiro, afirmou que estava prestes a sofrer um aborto. Isso aconteceu porque ela estava passando por uma gravidez tubária; ou seja, o embrião estava se desenvolvendo fora do útero, em uma das tubas uterinas (popularmente chamadas de trompas). A notícia foi divulgada pela própria influenciadora em um comunicado em seu Instagram, na segunda-feira (25).


Monteiro estava com 6 semanas de gestação e afirmou que o embrião estava em sua trompa vivo, mas crescendo fora do útero. Ela contou aos seguidores que suspeitava que algo estava errado. “Tive crise de choro em que eu gritava dizendo que perderia meu bebê. Ninguém entendeu, simplesmente acharam que era a ansiedade do primeiro trimestre, mas no meu coração de mãe eu sabia que algo estava errado com o meu filho", escreveu.



No último dia 26, a influenciadora postou outra imagem em que é vista em um hospital. Na legenda da postagem, escreveu uma mensagem emocionante ao bebê. “Sua chegada foi bem-vinda e sua partida, por mais dolorida que esteja sendo, está sendo aceita”, disse.



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A gravidez tubária, também conhecida como gravidez ectópica, acontece quando o embrião faz o implante nas trompas em vez de percorrer seu caminho até o útero. “Isso ocorre porque a trompa tem um sistema de cílios delicado que puxa o óvulo e depois puxa o embrião para o útero. Mas se a trompa não funcionar direito, ela para de puxar o embrião, que não implanta no local correto”, explica o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira.

De acordo com o especialista, isso pode acontecer em pessoas que tiveram salpingite, uma inflamação nas trompas, mas também pode ocorrer em mulheres que usaram  dispositivos intrauterinos (DIU) por muito tempo ou que têm endometriose ou anomalias uterinas.

Mulheres que já tiveram uma gravidez tubária têm 30% de chances de passar pela situação mais uma vez, mas com o embrião se instalando na tuba oposta à gravidez anterior. Apesar disso, Geraldo explica que a incidência de uma gestação tubária é rara e tem 2% de chances de acontecer.

Sinais de gravidez tubária

Segundo Caldeira, é esperado que os  níveis do hormônio Beta HCG no sangue cresçam 30% por dia durante uma gestação. Isso não acontece na gravidez tubária e os níveis desse hormônio crescem muito pouco.

“Além do baixo nível de Beta HCG, sentir dor de um dos lados, direito ou esquerdo, como uma cólica menstrual e sangramento similar à ameaça de um  aborto são sintomas relativamente comuns de uma gravidez ectópica”, diz o médico.

É possível levar uma gravidez tubária até o fim?

Não. Conforme explica o médico, se a gestação não for interrompida a tuba uterina irá romper com até 7 ou 8 semanas de gravidez. Quando isso acontece a mulher tem uma hemorragia intra-abdominal considerada grave. Ele ressalta que não é possível fazer uma transferência da gravidez das trompas para dentro do útero.

Caldeira diz que não é possível realizar um procedimento para a retirada do embrião devido à localização nas trompas. 

“Normalmente é indicado fazer uma cirurgia laproscópica para ressecar a trompa, em que a trompa é retirada por estar doente e para evitar outra gravidez tubária. Em alguns casos, pode acontecer o aborto tubário, em que cai o beta HCG e a gravidez evolui, daí é acompanhado pelo ultrassonografia e pelos niveis do hormônio", explica o médico.