Nesta semana, a qualidade do ar em São Paulo foi considerada a pior do mundo por vários dias seguidos, conforme o monitoramento da agência suíça IQAir, que avalia 100 grandes cidades ao redor do planeta. Com essa situação, recém-nascidos e bebês, que são mais suscetíveis aos impactos do tempo seco e da poluição, precisam de cuidados ainda mais atentos por parte dos pais e cuidadores.
Segundo Camila Reibscheid , pediatra da Maternidade São Luiz Star, da Rede D'Or , os bebês têm um sistema respiratório ainda em desenvolvimento, o que os torna menos eficazes na defesa contra vírus e bactérias.
Sistema respiratório de bebês é mais sensível
"O sistema respiratório dos recém-nascidos ainda está em desenvolvimento, e, portanto, possui menor capacidade de combater vírus e bactérias. Além disso, eles têm uma menor quantidade de cílios protetores no nariz, o que dificulta a filtragem de poeiras e poluentes", explica.
O clima seco contribui para a irritação das mucosas nasais dos bebês, que são mais sensíveis, reduzindo a produção de muco e elevando o risco de infecções.
Isso ocorre especialmente porque os bebês respiram principalmente pelo nariz e com maior frequência do que os adultos. “Isso aumenta a exposição a partículas nocivas em um curto espaço de tempo”, alerta Camila Reibscheid.
Riscos para a saúde de recém-nascidos
Os principais riscos incluem o aumento de casos de bronquiolite, rinite, crises respiratórias mais severas como asma, e infecções secundárias , como pneumonia e otite.
Além dos problemas respiratórios, a pediatra também aponta a desidratação como um risco importante. "Recém-nascidos perdem muita água pela pele e pela respiração e dependem exclusivamente da ingestão de líquidos, principalmente pelo aleitamento", completa.
Por isso, a especialista recomenda assegurar mamadas regulares e monitorar se a produção de urina do bebê está apropriada. Para bebês com mais de seis meses, também é aconselhável oferecer água.
Cuidados mais importantes em casa
Diante dessas condições climáticas extremas é essencial adotar medidas preventivas em casa para minimizar os efeitos da poluição e do ar seco. Manter o ambiente umidificado é uma das principais recomendações da médica. "O uso de um umidificador, toalhas molhadas ou até um balde com água no quarto do bebê pode ajudar a evitar o ressecamento das vias respiratórias", orienta.
Outro ponto importante é a limpeza do ambiente. "Manter a casa livre de poeiras, usando pano úmido e evitando produtos de limpeza perfumados, pode reduzir a exposição a partículas irritantes", aconselha. A pediatra também menciona o uso de purificadores de ar com filtro HEPA, que removem alérgenos e poluentes do ambiente.
Quando buscar ajuda médica?
Entre os sinais de alerta que indicam a necessidade de cuidados médicos estão dificuldade para respirar, tosse, chiado no peito, redução nas mamadas, irritação na pele e sinais de desidratação, como boca seca e fraldas menos molhadas. "Esses sintomas podem indicar problemas mais graves e exigem avaliação médica imediata", alerta a pediatra da Maternidade São Luiz Star.
Não é recomendado uso de máscara para menores de dois anos
Além disso, é importante destacar que, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o uso de máscaras não é recomendado para crianças com menos de dois anos devido ao risco de asfixia. “É importante que os pais busquem alternativas seguras, como manter o ambiente limpo e umidificado, para proteger a saúde dos pequenos durante esse período crítico de poluição”, conclui Camila.
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