O corpo de Maria Auxiliadora de Andrade Santos, de 75 anos, foi descoberto em avançado estado de decomposição pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no último sábado (8/9). Ela residia com a filha em um apartamento na Zona Norte do Rio de Janeiro .
De acordo com os vizinhos, a filha alegava que a mãe havia sido enterrada há três meses. No entanto, a verdade é que ela manteve o corpo no apartamento por mais de seis meses. Os relatos indicam que Maria Auxiliadora era uma idosa bastante ativa, que costumava caminhar pelo bairro e frequentava cultos com uma amiga.
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Desaparecimento da idosa
Quando a amiga notou o desaparecimento de Maria, perguntou à filha sobre ela, que afirmou que a mãe estava enfrentando problemas de saúde e que não era permitido recebê-la visitas.
Depois de três meses, a filha contou aos vizinhos que a mãe havia falecido, mas não conseguiu avisar sobre o sepultamento. Uma vizinha relatou ao Globo que não havia odor desagradável, mas que as janelas do apartamento permaneciam constantemente fechadas.
Apartamento sempre fechado e mudança de comportamento na filha
“A única coisa que a gente percebeu é que o apartamento passou sempre a estar fechado, mas o cheiro ruim não tinha. Não senti nem ouvi isso de ninguém. A dona Maria Auxiliadora sempre morou aqui. Antes era com o marido, o filho e a filha, mas depois o companheiro faleceu. O filho também acabou morrendo de Covid, então ficaram só elas duas”, disse a vizinha que não quis se identificar.
Um outro morador do prédio informou que a filha da idosa era farmacêutica e que, nos últimos meses, notou uma alteração no comportamento dela.
“Ela andava com uma feição meio estranha. O comportamento também mudou, não parecia estar bem nem se comportar como a conhecíamos, mas nada que a gente pudesse imaginar que estaria acontecendo uma coisa dessa. Ela era farmacêutica. Pelo que vimos e soubemos nos comentários aqui da rua no sábado, ela estaria manipulando remédios e formol para manter o corpo com menos cheiro”, relatou o vizinho.
Neta chamou o Samu
De acordo com a investigação do Globo, um residente relatou que a neta de Maria Auxiliadora foi quem acionou o Samu, depois que a mãe dela passou mal. “O que ficamos sabendo aqui foi que ela se sentiu mal e pediu ajuda para a filha, de 22 anos. A mãe já beira os 50 anos. A filha dela ligou para o Samu. Quando os médicos vieram, acabaram descobrindo tudo. Foi uma surpresa para a gente, um caso assustador. Ninguém imaginava isso”, disse o morador.
Investigações em andamento
A 27ª Delegacia de Polícia (Vicente de Carvalho) está conduzindo a investigação. Foi realizada uma perícia no corpo, e, após prestar depoimento, a filha foi liberada.
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