A menopausa é uma fase natural na vida de toda mulher, marcando o fim da vida reprodutiva. No entanto, essa transição hormonal pode trazer consigo uma série de desafios que impactam significativamente a qualidade de vida. Para controlar esses sintomas e buscar mais bem-estar , é possível recorrer a diversas ferramentas durante esse período, desde uma alimentação equilibrada até o uso do DIU hormonal .
Além da contracepção, o DIU hormonal – também conhecido como sistema intrauterino hormonal (SIU) – é uma ferramenta valiosa para mulheres na perimenopausa , como é chamado o período de transição que marca o fim da vida reprodutiva. É uma fase natural e gradual que ocorre antes da menopausa, quando os ciclos menstruais se tornam irregulares e, eventualmente, cessam completamente.
O dispositivo intrauterino tem se mostrado uma excelente opção para mulheres nesse período, marcado por alterações hormonais que podem causar sintomas como:
- Sangramentos irregulares: Um dos mais comuns, devido às flutuações hormonais.
- Ondas de calor: Aumento da temperatura corporal, causadas pelas alterações hormonais.
- Suores noturnos: Interrompem o sono e causam desconforto.
- Alterações de humor: Irritabilidade, ansiedade e depressão podem surgir.
Durante a fase de transição da menopausa, os sintomas vasomotores – as famosas ondas de calor – são relatados por até 80% das mulheres. Eles podem afetar negativamente o sono, o humor e a qualidade de vida, e são a principal queixa na procura por atendimento médico durante essa fase específica da vida da mulher.
Como o DIU pode ajudar nos sintomas da perimenopausa
Também chamada de transição menopausal , o período está entre a fertilidade e a total falência ovariana. “Em média, corresponde aos 5 ou mais anos que precedem a menopausa, quando os sintomas aparecem, até um ano após a menopausa”, explica a ginecologista Dra. Milena Bastos Brito , membro da Comissão Nacional Especializada de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia.
Segundo a North American Menopause Society (NAMS), o período de transição menopausal é o intervalo do início das alterações menstruais até um ano de cessação do ciclo menstrual, podendo durar até 6 meses. Nessa fase, as anovulações (condição em que não ocorre a ovulação, ou seja, o ovário não libera um óvulo durante o ciclo menstrual) são frequentes, aumentando a propensão de sangramento uterino anormal (SUA) ou menstruação excessiva , o que pode trazer grande impacto na qualidade de vida.
“O hormônio levonorgestrel, liberado continuamente por meio do dispositivo intrauterino (20 µg/dia), é uma medida efetiva para prevenir o SUA, pois torna as menstruações menos volumosas e frequentes, podendo reduzir também as cólicas”, revela a médica sobre um dos benefícios do DIU.
Já para o alívio de sintomas como as ondas de calor, a terapia hormonal (TH) continua sendo o principal padrão de tratamento recomendado, já que estudos apontam que ela diminui 75% dos episódios de ondas de calor, além de reduzir a sua intensidade.
A especialista explica que o uso o DIU hormonal de 52mg é uma opção efetiva para mulheres que fazem uso de estrogênio para tratar os sintomas vasomotores da menopausa. “Ao liberar o levonorgestrel dentro da cavidade uterina, e ter ação predominantemente local no endométrio, o DIU promove oposição ao estímulo estrogênico , evitando efeitos progestagênicos sistêmicos indesejados”, explica a médica ginecologista em relação às ondas de calor.
Os benefícios do DIU na perimenopausa:
- Controle do sangramento: O DIU hormonal pode reduzir significativamente o fluxo menstrual e até mesmo causar amenorreia (ausência de menstruação), o que é muito bem-vindo para muitas mulheres nessa fase.
- Estabilidade hormonal: O DIU libera uma dose constante de progesterona, o que pode ajudar a estabilizar as oscilações hormonais típicas da perimenopausa.
- Proteção contra a gravidez: Ainda que a fertilidade diminua nessa fase, o DIU garante uma contracepção eficaz.
- Redução do risco de câncer de endométrio: O uso prolongado do DIU hormonal está associado a uma menor incidência desse tipo de câncer.
Já para a pós-menopausa , a especialista explica que o DIU-LNG de 52mg pode ser utilizado como uma opção à prevenção da hiperplasia endometrial na terapia de reposição estrogênica em mulheres que possuem útero.
O DIU e sua alta eficácia contraceptiva
Outro ponto de atenção para mulheres na fase da transição menopausal é que, apesar de terem baixa fertilidade, elas ainda apresentam taxas de gestações não planejadas similares às das mais jovens: 48% em mulheres acima dos 40 anos versus 41% em mulheres entre 25 e 29 anos .
“Além do controle da irregularidade menstrual, essa fase de transição também necessita do manejo da contracepção até que a menopausa seja alcançada”, explica a Dra. Milena.
Segundo a ginecologista, os DIUs são considerados métodos muito efetivos, com eficácia contraceptiva (2-6 falhas em cada 1.000 usuárias/ano) similar à laqueadura tubária (5 falhas em cada 1000/ano), com a vantagem de serem reversíveis .
Em comparação com outros contraceptivos, os DIUs, ao lado do implante subdérmico, representam os contraceptivos reversíveis de longa ação, que são os anticoncepcionais mais eficazes disponíveis. Isso porque eles não dependem da ação da mulher para manter sua eficácia.
Contraindicações para o DIU hormonal
Entre as contraindicações do DIU hormonal estão doenças uterinas, como infecções, câncer, sangramento uterino anormal não investigado, além de distorções de cavidade uterina, como malformações ou pólipos endometriais ou miomas que alterem a cavidade uterina.
“Como eles são métodos hormonais, contêm o progestagênio levonorgestrel, e também não podem ser utilizados em situações de tumores hormônio-dependentes, como câncer de mama “, explica a médica.
É importante ressaltar que o uso do DIU deve ser individualizado e avaliado por um ginecologista . Ele irá analisar o seu caso específico e indicar o tipo de DIU mais adequado, considerando seus sintomas, histórico de saúde e preferências.
Para as mulheres que tenham o desejo de aderir o DIU hormonal, a indicação da especialista é recorrer a uma boa avaliação ginecológica para discutir os benefícios não-contraceptivos, efeitos adversos e avaliar contraindicações.
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