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ais uma vitória história na ginástica! Neste domingo (4), a ginasta franco-argelina Kaylia Nemour , de 17 anos, conquistou a primeira medalha do continente africano na ginástica na final das barras assimétricas. Vice-campeã mundial do aparelho, Kaylia levou a medalha de ouro e foi a primeira ginasta africana a subir em um pódio nas Olimpíadas .
A atleta alcançou a impressionável nota de 15.700 pela sua apresentação, maior que a obtida nas classificatórias, de 15.600 nas barras assimétricas, aparelho em que se destaca. Muito emocionada após a prova, a atleta subiu ao pódio acompanha da então campeã mundial, a chinesa Qiyuan Qiu , que ficou com a prata, e a norte-americana Sunisa Lee , medalhista de bronze.
O pódio de Kaylia é inédito: nenhuma atleta africana da ginástica artística havia levado uma medalha de Olimpíadas para casa e, em sua estreia, ela já garante a de ouro. A medalha de prata garantida no Mundial de ginástica também é histórica, já que nenhuma ginasta de país africano havia subido no pódio deste mundial .
A vitória deste domingo nas Olimpíadas de Paris pela Argélia é ainda mais emocionante após os desentendimentos da atleta com a confederação francesa, da qual ela fazia parte até 2022.
Filha de mãe francesa, Stephanie, e de pai imigrante argelino, Jamel, Kaylia nasceu e cresceu na França, tendo começado na ginástica aos 4 anos e tida como promessa para a equipe francesa, situação que começou a mudar em 2021, quando a atleta foi submetida a uma cirurgia nos dois joelhos em virtude de uma inflamação nos ossos e cartilagens, chamada osteocrondrite severa.
A liberação para voltar a treinar veio do médico de Kaylia, em 2022, mas os médicos da Federação Francesa de Ginástica (FIG) não aprovaram o retorno da atleta. A partir deste momento, Kaylia rompeu com os dirigentes franceses e, no mesmo ano, teve sua mudança de nacionalidade – de francesa, para argelina – aprovada pela FIG.
Contudo, a Federação Francesa não aprovou a troca de nacionalidade e a atleta precisou perder um ano de competição na categoria adulta até poder competir pela Argélia. Hoje, ela faz história e traz a primeira medalha, e ainda de ouro, para a África.