Animais de estimação participam dos casamentos de seus “pais”

Noivas que envolveram seus bichinhos na cerimônia contam os segredos do treinamento e mostram como seus pets se comportaram

Quem adora animais sabe que eles podem ser tão queridos quanto um membro da família. Por isso, nada mais natural do que envolvê-los em um momento especial como o casamento.

Os animais de estimação podem virar uma atração à parte na cerimônia, mas não dá para prever o comportamento deles na hora H. “Assim como crianças pequenas, as reações e vontades de um cachorro são imprevisíveis”, assinala a planejadora de eventos Fernanda Vianna, dona da empresa Casamento Prático, do Rio de Janeiro. No entanto, noivas que decidiram correr o risco não se arrependeram. Veja quatro histórias abaixo.

Foto: Ricardo Cintra Fotografia
Costelinha lambe a dona, a noiva Ana Helena, observado pelo noivo Denis: treinamento caseiro

O treinamento caseiro de Costelinha

Casal: Ana Helena Chiari e Denis Pontes Castilho
Estrela: Costelinha, o vira-latas
Preparação: treinamento caseiro
Local: sítio
Missão: levar as alianças na boca

“Eu conto a história, mas o protagonista dela é o Costelinha”, diz a empresária Ana Helena Chiari. O Costelinha é um vira-latas cheio de charme adotado pela Ana quando era filhotinho, quatro anos atrás. Ela e o marido, o também empresário Denis Pontes Castilho, queriam muito que seu “filho cão” participasse do casamento. Para os amigos não foi nenhuma surpresa, já que o casal sempre foi conhecido pela paixão pelos animais.

Ana Helena foi a responsável por treinar o cãozinho. Alguns dias antes do casamento, ela se afastava dele e chamava depois de um tempo, fazendo com que o pequeno fosse até ela lentamente. O adestrador César Juncos aprova o treinamento e recomenda criar algumas situações simples, como esta, se você não puder contratar um profissional para treinar seu cão. “Para ele e os convidados se sentirem seguros, faça um treinamento com a pessoa que irá conduzi-lo pela coleira, como a daminha ou o pajem”, recomenda.

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O Costelinha, muito independente, entrou sozinho mesmo. Mas nem sempre isso é possível. “Na hora ele se assustou um pouco com a quantidade de pessoas e o som, e demorou para me reconhecer toda de branco. Mas assim que ele ouviu minha voz, veio todo fofo”, lembra Ana Helena.

Como Costelinha não está acostumado a usar coleira ou qualquer coisa no pescoço, ele foi vestido com uma roupinha imitando terno, com um bolso estratégico para carregar as alianças. Ele fez o maior sucesso e ficou famoso na cidade. No dia seguinte, o comentário era geral: um cachorro havia participado de um casamento! “Algumas pessoas que nem conheço às vezes me param para falar: ‘você é a moça que o cachorro levou as alianças?’”, conta ela.

Foto: Cameron Ingalls Smith
Sushi entrou guiado por uma das madrinhas...

A entrada de Sushi

Casal: Sharon Eve Smith e Fernando Serrano
Estrela: Sushi, o golden retriever
Preparação: um banho
Local: cerimônia ao ar livre
Missão: levar as alianças aos noivos

Foto: Fernanda Petelinkar
... e se comportou direitinho durante toda a cerimônia, descansando aos pés da noiva

A fotógrafa Sharon Eve Smith e o consultor de TI Fernando Serrano escolheram para celebrar a união uma cerimônia celta, marcada pela conexão com a natureza . Nada mais perfeito do que a participação do golden retriever Sushi, que tinha quatro anos à época.

“Eu queria que ele e o Polar, um cão da raça bernese, estivessem comigo no dia mais importante da minha vida. Mas com dois cães a situação poderia ficar incontrolável. Por isso escolhi o Sushi, que é mais calmo”, conta Sharon.

A única preparação do Sushi foi um banho bem caprichado na véspera. De resto, ele se comportou bem levando as alianças em uma almofadinha amarrada ao pescoço e conduzido preso à coleira por uma madrinha. “Antes de tudo, é preciso se certificar de que o cachorro é obediente e calmo, não se assusta nem fica eufórico com uma enorme quantidade de pessoas ao seu redor. Para evitar transtornos, também é recomendável levá-lo na guia pela nave”, sugere a expert em casamentos Constance Zahn.


O treinamento de Primo

Casal: Maitê Moraes e Eric Batista Junquetti
Estrela: Primo, o vira-latas
Preparação: adestramento
Local: igreja
Missão: levar as alianças aos noivos

Foto: Jonathan Zotareli
Primo entrando na igreja com o filho do noivo e cumprimentando a noiva: adestramento profissional ajudou o vira-latas a saber o que fazer


Para a empresária Maitê Moraes, gostar de animais era requisito básico para escolher o marido. Sorte que ela encontrou o engenheiro de produção Eric Batista Junquetti, que adorou a ideia de ter um cachorrinho na cerimônia de seu casamento. Primo, um vira-latas de 12 anos, foi o senhor na função de levar as alianças até o altar.

Como o casal fez a cerimônia na igreja, Maitê teve de convencer o padre de que aquela era uma boa ideia. “Expliquei que não era um simples capricho, mas porque via meu cão como uma criatura pura, com amor incondicional por mim. Era uma forma de ele estar presente para sempre em nossas vidas”.

Dá para dizer “não” a um pedido desses? O padre também não conseguiu. Mesmo Primo sendo um cão bastante inteligente e dócil, Maitê preferiu adestrá-lo para não ter surpresas no grande momento. Durante três meses o cachorro encontrou o adestrador César Juncos, da empresa Cão Cidadão, duas vezes por semana. Na última semana foi feito um intensivão diário, além de um treino minutos antes da cerimônia.

“Esse tipo de treino é longo e complicado, pois temos que ensinar o cachorro a ir em direção aos noivos de forma controlada e sem parar. Ao mesmo tempo, temos que tentar prever todas as situações que possam distrair o cãozinho e realizar treinos na presença destes estímulos, introduzindo-os de forma sutil e aumentando gradualmente a sua intensidade”, descreve César. Os estímulos podem ser: luzes fortes, flashes, escadas, corredores, músicos e música ao vivo, flores, tapetes e um número grande de pessoas.

O Primo foi treinado para entrar sozinho na igreja, com as alianças em sua gravatinha. Mas, duas semanas antes do casamento, o padre pediu que ele entrasse com alguém do lado. Maitê não achou nada ruim a ideia, pois assim o filho do Eric também participou desse momento tão emocionante, ao lado do Primo.

Foto: Jorge Scherer
Norteña, de um ano e meio, levou as alianças em uma cestinha

A adaptação de Norteña

Casal: Joana Borges Quites e Norton Albrecht Quites
Estrela: Norteña, a golden retriever
Preparação: adestramento
Local: clube
Missão: levar as alianças na boca

A cirurgiã-dentista Joana Borges Quites e o engenheiro civil Norton Albrecht Quites também preferiram investir em adestramento para a golden retriever Norteña, que tinha um ano e meio quando eles se casaram.

Afinal, ela tinha uma missão um pouco complicada para um bichinho: carregar a cestinha com as alianças na boca e não soltá-la até chegar perto dos noivos, sem se dispersar. “Ela fez tudo direitinho, mas não entregou a cestinha nas nossas mãos, como havia sido treinada. Tivemos que pegar as alianças da cesta. Mas isso sabíamos que poderia acontecer”, conta Joana.

A Norteña entrou na coleira com a prima do noivo. “Não se esqueça de eleger alguém para cuidar do seu cachorro antes e depois da cerimônia. Precisa ter uma pessoa para alimentá-lo, colocá-lo para fazer as necessidades e levá-lo embora”, lembra a autora do Vestida de Noiva, Fernanda Floret.

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