Você passa meses, às vezes, até mais de um ano se preparando para o dia em que finalmente vai se casar com a pessoa que você ama e, dias antes, quebra o pé. Ou, então, descobre quando já está pronta que a igreja está sem luz e não tem gerador. Ou, talvez ainda pior, descobre que seu futuro marido não sabe onde estão as alianças!!! Sim, todo o tipo de imprevisto pode acontecer em um casamento , e as mulheres que passaram por estes perrengues reais nos revelaram como não surtaram.
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A assistente administrativo Tuane Guimarães, de 30 anos, se casou em São Paulo em outubro de 2016. Ela estava aproveitando o "Dia da Noiva", já quase pronta, quando reparou que havia várias ligações de sua assessora no celular. Havia acabado a energia na igreja, e o local não tinha um gerador. "Mas já estamos resolvendo. Fica tranquila”, disse a assessora, que já havia entrado em contato com o noivo para resolver o imprevisto .
"Honestamente, eu já tinha prometido para mim mesma que tudo o que tinha que acontecer, já havia acontecido e que eu não ia deixar nada afetar meu dia. Mas, em contrapartida, eu pensava no tão sonhado coral, nas músicas, na emoção dos meus convidados. Como viver tudo isso, sem energia elétrica? Como será que minha assessora tinha resolvido? E se a energia acabasse novamente durante o casamento?", lembra Tuane em entrevista ao Delas
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Enquanto a noiva se preparava para caminhar até o altar, a assessora tirou um plano B realmente do bolso. Quando conseguiu falar com o noivo, ela explicou que seria necessário alugar um gerador, mas para que o equipamento chegasse a tempo da cerimônia, era preciso transferir o dinheiro imediatamente.
"Hoje, quando lembramos, caímos na risada. É aquele problema que achamos que nunca irá acontecer conosco. O problema não interferiu no meu sentimento pelo dia, mas causou um momento bem turbulento horas antes da cerimônia iniciar. Eu, como noiva, mantive totalmente a calma e só soube como que o imprevisto tinha sido resolvido no dia seguinte. Já meu marido, após a cerimônia, só queria desabafar."
Como a assistente administrativo lembra, quem já casou sabe que, no dia do casamento, os noivos já estão "completamente falidos". O marido teve de usar o dinheiro que havia recebido de presente de um dos padrinhos para solucionar o problema.
Para quem ainda vai casar, Tuane avisa: nunca deixe de conferir se a igreja, o buffet e o salão para o dia da noiva e do noivo possuem gerador. "E apesar de tudo, mantenha a calma, tente deixar os problemas para trás, pensar positivo para que esse dia seja exatamente como sonhou. O meu, apesar desse imprevisto, apesar do dinheiro inesperado que precisamos gastar, foi lindo e inesquecível e exatamente como sonhei. Eu, que sou tão nervosa, ansiosa, uma semana antes do casamento me preparei mentalmente para manter a calma. E deu certo."
"Quebrei meu pé na despedida de solteira"
Já a mercadóloga Fernanda Machado Oliveira, de 29 anos, teve um imprevisto duas semanas antes do casamento, que ocorreu em outubro de 2014. E foi um imprevisto daqueles! "Eu qubrei o meu pé na despedida de solteira, depois de subir em um palco e pisar em falso."
O mais engraçado é que a despedida de solteiro do marido foi um dia antes, já que vários casais de amigos têm filhos e não dava para as comemorações serem na mesma noite. Antes dele sair, Fernanda deixou bem claro que ele poderia aproveitar ao máximo, desde que o "cegonho ficasse guardado na gaiola e ele voltasse inteiro". O problema é que ela mesma não conseguiu cumprir essa ordem. "Minha cegonha também ficou guardadinha, mas eu não voltei inteira", brinca a mercadóloga.
Ela havia saído em um grupo de 30 mulheres, incluindo a mãe e algumas tias, para curtir a noite em uma casa de swing. Em determinado momento, uma amiga a chamou para dançar em cima de um palco. Fernanda foi toda animada, mas... pisou em falso e quebrou o pé.
"Minha única preocupação era o que eu ia falar para ele [o então noivo]. Ele seguiu o que eu disse, eu não. E nem tinha como eu falar com ele na hora que aconteceu porque tinha eleição no dia seguinte e ele ia trabalhar como mesário, tinha ido dormir cedo. Mas ele é super de boa, eu fiquei mais chateada do que ele mesmo."
A então noiva foi direto da despedida de solteira para o pronto socorro, onde teve o pé imobilizado. Ao longo da semana, trocou o gesso por uma bota ortopédica e muletas, mas ela ainda não podia colocar o pé no chão, e só conseguiu voltar a andar mesmo no dia do casamento. "O médico já tinha autorizado dia anterior, mas por falta de força não consegui andar. No dia da cerimônia, sentei na cama, rezei bastante, e fui meio falhando, mas consegui."
Fernanda entrou no altar de bota ortopédica, mas no outro fez questão de colocar o sapato de salto que havia comprado – por ironia do destino, ele havia sido o primeiro item para o casamento adquirido pela mercadóloga.
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"No início, minha preocupação era o que o noivo ia pensar e sobre como isso ia afetar a cerimônia, as pessoas ficaram mais desesperadas do que eu. Para mim, o casamento era tão único, tão ímpar, que não ia fazer diferença. Meu marido também ajudou muito. Ele deu risada de tudo. Disse 'Está vendo? Isso é para você aprender que, apesar de qualquer coisa que aconteça, vai dar certo. Eu vou estar lá, você vai estar lá, então não vai dar errado'. Na hora, aquilo mexeu comigo. Era o que eu precisava para ficar mais tranquila."
Assim como aconteceu com Tuane, o casamento de Fernanda foi maravilhoso, e os noivos conseguiram curtir muito – mesmo com a noiva meio manca. A mercadóloga acredita que não há imprevisto que valha o tamanho da cerimônia. "Eu quebrei o pé, seria o bastante para o noivo ficar bravo. Se fosse o caso, eu teria entrado até de cadeira de rodas. Eu fui com a cara e com a coragem e deu certo."
"Ele perdeu as alianças!"
E para quem ainda acredita que imprevistos são impossíveis de acontecer com a gente e só acontecem com os outros, na nossa própria equipe aqui do Delas há a história de uma noiva que viveu um perrengue gigantesco antes de dizer o tão esperado "sim", em 2011. Nossa editora, Aretha Martins, entrou na igreja com cerca de 30 minutos de atraso porque o marido perdeu as alianças justamente no dia da cerimônia!
Aretha estava pronta, mas foi impedida de entrar para o casamento na hora marcada após a ação de todas as pessoas a sua volta, que estavam empenhadas em achar as alianças e esconder tudo dela. Até mentiras foram contadas, ela sabia que havia algo de errado, mas só descobriu o que aconteceu mesmo quando o padre, sem querer, soltou no altar que "agora que a alianças já foram encontradas, podemos fazer esse casamento".
Acontece que o marido dela deixou a almofadinha das alianças perto de outras coisas que seriam levadas para o buffet onde a festa ocorreria. E até que isso fosse descoberto, um desespero enorme tomou conta de todos, menos de Aretha, afinal, ela não sabia de nada. A cerimônia ainda foi feita em uma sexta-feira, em uma igreja na orla da praia de Santos, no litoral de São Paulo. O trânsito era tanto que um casal de padrinhos ofereceu suas próprias alianças para que pelo menos a cerimônia fosse realizada, mas um "anjo" em uma moto conseguiu ir ao salão de festas, vasculhar as sacolas e entregar as alianças a tempo. Sete anos depois, nossa editora está grávida de sua primeira filha com o marido, e o imprevisto se tornou só uma história engraçada para contar.
Ajudinha especializada
No caso de Aretha e Fernanda, talvez nem uma assessoria especializada ajudaria a resolver o problema, mas, no caso do imprevisto com Tuane, ter contratado esse tipo de serviço foi essencial para uma solução sem grandes dores de cabeça. "Meu noivo, no início, cogitou que não fizéssemos a contratação desse serviço. Mas o que teríamos feito sem ela? Teríamos perdido o tão sonhado coral? Faríamos uma cerimônia a luz de velas? Como sairiam as fotos? O sonho não teria sido perfeito? Será que teríamos pensado em locar um gerador?"
Camila Piccini, sócia da empresa Casar.com, especializada em organização de casamento, explica que os imprevistos mais comuns são a mudança de tempo – que pode gerar até alagamentos no caso de temporais e, muitas vezes, não tem o que fazer –, acabar bebida – e aí os noivos ficam dependendo de um fornecedor que tenha a bebida que eles queiram e entreguem na mesma hora –, um dos noivos desmaiar por conta da emoção ou falta de uma alimentação adequada no dia, o carro da noiva quebrar no caminho da igreja e assim vai.
"Se acontece algum problema, a noiva tem de pensar que, por mais que seja o dia mais importante da vida dela, a vida segue. No meu caso, por exemplo, quatro dias antes um tia do meu marido morreu. Minha avó também teve de tirar um nódulo dez dias antes. Foi triste, mas não tinha o que fazer. É uma coisa chata, e o casamento é importante, mas é, literalmente, só mais um dia."
A especialista explica que, realmente, há imprevistos que não podem ser contornados, mas no caso dos menores, ter um profisisonal em que você confia do lado pode fazer toda a diferença. "Às vezes, vai ter coisa que você nem vai ficar sabendo. Por exemplo, uma mesa que tinha de ser redonda, mas o fornecedor entrega uma quadrada. Uma boa assessora vai fazer com que ele entregue uma nova redonda ou vai deixar a quadrada tão incrível que você nem vai notar o problema."
Mas há também a cooperação dos noivos nos dias que atencedem a cerimônia. Se você não tem o costume de fazer exercícios ou um determinado tipo de atividade, melhor não inventar de fazer justamente nas semanas que antecedem o casamento. E se você faz uma atividade que pode gerar algum tipo de lesão, por que não parar com uns quinze dias de antecedência? É como Fernanda aconselhou o marido, "volte inteiro" – mas você já sabe, até pela história dela mesmo, que, se não der para evitar uma lesão, o casamento vai acontecer do mesmo jeito.
Algumas pessoas também contratam uma assessoria apenas para o dia do casamento. A presença de um profissional pode realmente ajudar, mas Camila é um pouco contra sobre esse tipo de serviço. Ela explica que o valor acaba sendo quase o mesmo de uma assessoria normal, e que é um estresse a mais para o assessor e para o fornecedor pegar "tudo do nada", após outras pessoas terem organizado o evento. E outro lado positivo é que um profissional de confiança pode até mesmo ajudar os noivos a economizar.
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"Quem tem um orçamento mais robusto precisa saber que casamentos que exigem planos A, B e C têm um custo maior. Então não vale arriscar casar em um lugar que precisa destes diferentes planos. Casa em um lugar que não tenha o risco da cerimônia ser cancela por conta de chuva, por exemplo. E aí dá para investir em uma boa assessoria. Priorizar os profissionais que vão estar com você também é importante."
E é importante escolher bem, já que a sintonia é importante. Seja na hora de escolher uma assessoria ou qualquer outro fornecedor, pesquise bem antes sobre o passado da empresa, jogue na internet, busque por críticas que já foram feitas por clientes antigos, tente conversar com uma noiva que já teve alguma experiência com aquele profissional e converse muito com a pessoa. Se algum imprevisto acontecer no seu casamento, não vai destruir o relacionamento que você tem com a pessoa que ama, mas não custa nada tentar prevenir, não é mesmo?