Roupas antivirais: Funcionam mesmo?
Camisetas, vestidos e até jeans com tecidos que prometem te proteger do coronavírus. Vale a pena comprar? Em quais momentos utilizar?
Por iG Delas |
Há alguns meses o mercado da moda achou a brecha ideal para lucrar com a pandemia, lançando roupas com tecidos antivirais, das mais básicas às mais estilosas, já é possível achar facilmente roupas que prometem te proteger do coronavírus por preços bem acessíveis. Mas quão eficientes para a redução da transmissão do vírus elas são?
Segundo o infectologista João Prats, da Beneficiência Portuguesa, os estudos ainda são poucos para que os profissionais possam dizer se será uma forma útil de diminuir o contágio. “Eu penso que esse tipo de tecido pode ajudar quando aplicado em situações mais específicas, como em aventais hospitalares, especialmente em lugares com menos recurso, onde esse avental precisará ser descartado com menos frequência, por exemplo”, diz o especialista.
O que faz o médico ter dúvidas sobre a eficácia prática desses tecidos quando usados em roupas como camisetas e calças, é que as principais formas de contágio não incluem as roupas. “Se for usada para fazer máscaras, por exemplo, pode ser que elas reduzam a chance da pessoa se infectar ao encostar na máscara”, afirma Prats.
“Não tem nenhum estudo clínico conclusivo com pessoas, os estudos são quase todos laboratoriais. Funciona bem em laboratórios, agora o papel disso para a redução de contágio e transmissão ainda não está bem estabelecido”, conta o infectologista.
Também é importante lembrar que mesmo os tecidos antivirais não excluem os cuidados básicos e essenciais de higienização das mãos. Por isso, para João Prats, é difícil dizer que eles fazem tanta diferença na diminuição do contágio. “Ninguém vai ficar manipulando as roupas de uma pessoa doente sem se atentar à limpeza das mãos depois. Quando se trata de pessoas infectadas, a gente sabe que o perigo de transmissão pelo contato é grande, então as roupas acabam sendo o de menos”, diz.