Cama compartilhada: benefícios e cuidados para dormir com o bebê

Compartilhar a cama com o recém-nascido tem vários benefícios, mas requer alguns cuidados. Confira as dicas de pediatra para tornar essa prática ainda melhor

Saiba os cuidados ao dormir com o seu pequeno
Foto: Redação João Bidu
Saiba os cuidados ao dormir com o seu pequeno


A prática de compartilhar a cama com os recém-nascidos é comum entre diversas famílias. Além de facilitar na hora daquela mamada no meio da madrugada, reforça o elo de afetividade entre a mãe e a criança. Contudo, quando se trata de recém-nascidos, muitas pessoas ficam preocupadas em como fazer isso sem colocar em risco a segurança do bebê.

Segundo a médica pediatra Ana Bárbara Januzzi, mãe de duas meninas e especialista em sono de bebês, a amamentação é comprovadamente beneficiada quando crianças dormem com suas mães. "Recomenda-se que apenas os cuidadores primários (que passam o dia com a criança, respondendo as suas necessidades) durmam com o bebê. Até um ano de vida também não se recomenda compartilhar a cama com irmãos maiores", explica.




Segundo a médica, não é indicado fazer cama compartilhada com outros cuidadores, além do cuidador principal e com cuidadores fumantes, principalmente nos primeiros três meses. Ela também explica que não se deve fazer cama compartilhada em locais como sofás ou poltronas, já que esses locais aumentam o risco de síndrome de morte súbita do lactente por asfixia. Além disso, é totalmente desaconselhado compartilhar a cama com um adulto que tenha ingerido duas ou mais doses de álcool.

Como saber se meu bebê está dormindo bem?

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, no primeiro mês do bebê, o esperado é que ele durma cerca de 16 a 20 horas por dia. Segundo Ana Bárbara, eles podem dormir até 90% do tempo. “É no sono que organizamos as nossas memórias, aprendizados e que damos o tom às nossas emoções. Um sono de qualidade também se associa a um melhor funcionamento imunológico. As crianças estão em pleno desenvolvimento de todas as suas capacidades - não só há um extremo gasto de energia no aprender diário como também uma necessidade maior de sono para "colocar as coisas no lugar".

Mas como saber se o bebê está tendo qualidade de sono? “É preciso avaliar ganho de peso, crescimento, interação da criança, humor e desenvolvimento. Um sinal típico da criança que está dormindo menos do que deveria ou poderia é aquele bebê que passa o dia inteiro irritado, choroso, que não relaxa. É provável que ele esteja com privação de sono, mas é importante descartar outras questões”, orienta a médica.

“Um bebê que dorme bem passa o dia feliz e tranquilo, não fica muito irritado, a não ser imediatamente antes de dormir, por conta da pressão de sono que pode ocorrer com todas as crianças. O sono impacta em praticamente todos os processos de desenvolvimento. Dormir bem é condição necessária para um bom desenvolvimento motor, psicológico, físico e emocional. O tempo vai reduzindo conforme a criança cresce e sua necessidade de sono vai se ajustando”, frisa ela, que se especializou em assistir às famílias com filhos de até 2 anos de idade.