Em épocas de muito calor, pode parecer difícil aliviar a temperatura para os mais novos. Mas para a cirurgiã dentista Loriane Ricalde, esse foi o momento especial para introduzir uma versão mais criativa do leite materno para seu filho Lorenzo, de 4 meses.
Na última segunda-feira (19), a dentista preparou o ‘peitolé’, picolé feito apenas de leite materno, e registrou o momento em suas redes. No mesmo dia, o vídeo viralizou, acumulando milhares de visualizações.
Em seu Instagram, Loriane reforçou que a ideia de dar o sorvetinho caseiro ao filho seguiu todas as orientações profissionais do pediatra de Lorenzo.
O processo de produção do ‘peitolé’ é simples e bem rápido: após a extração do leite materno, basta congelar o líquido em uma forma higienizada e aguardar até o congelamento.
“O peitolé é seguro, desde que sejam tomados todos os cuidados de higiene tanto para retirada do leite, bem como com o recipiente no qual o leite será congelado e seja bem lacrado para se evitar a perda de nutrientes”, explica Vera Shukumine, médica nutróloga na Sami.
A especialista em amamentação e enfermeira obstetra Cinthia Calsinski atenta que o congelamento deve tomar todos os cuidados de esterilização, e as mães devem buscar utilizar recipientes livres de bisfenol A, composto orgânico que pode trazer malefícios à saúde.
O ideal, segundo a nutróloga Vera, é que o picolé de leite materno seja oferecido a partir do sexto mês da gestação, período em que os primeiros dentes começam a aparecer e a introdução alimentar pode ser iniciada.
Além de aliviar o calor, o ‘peitolé’ também pode ajudar a acalmar os pequenos, principalmente com as dores da dentição. “As compressas geladas sempre foram indicadas, mas nem sempre o bebê tolerava bem um mordedor geladinho ou a massagem na gengiva. Com o picolé de leite materno, ele faz questão de morder, chupar, se lambuzar. É tudo lúdico e divertido [para a criança]”, explica Cinthia.
Por mais que a dentição e o alívio do calor sejam fatores para se oferecer um peitolé, Vera reforça que o ‘peitolé’ não tem real valor nutritivo.
“O peitolé deve ser apenas utilizado para alívio dos sintomas de afecções orais, e não para substituir o aleitamento. O ideal é manter o aleitamento convencional, no qual o bebê ingere o leite na temperatura do corpo da mãe, tem ainda o benefício para a musculatura orofacial ao sugar o leite, e reforça os laços com a mãe ao manter esse contato”, finaliza.