Samara Felippo sobre criação das filhas: "Vivia muito na minha bolha branca"
Atriz participou do programa Sexta Black e conversou com Laura Génot sobre racismo
Samara Felippo
participou sexta-feira (14) da "Sexta Black", programa da GNT, e conversou com Laura Génot sobre racismo e a criação das filhas Alícia, 12, e Lara, 8
- fruto do casamento que teve com o jogador de basquete Leandro Barbosa. Em conversa com a apresentadora, a atriz
refletiu sobre como a criação influencia na formação de preconceitos.
"Eu vivia muito na minha bolha branca, romantizada. Vivi durante muitos anos nesta bolha. Furar é muito difícil, requer informação, abrir a mente, consciência. Acho que isso veio aos poucos. Não foi uma chave que virou de repente", reflete.
Samara diz que é a primeira vez que fala sobre como não tinha noção que ia ter uma menina negra. "É um assunto delicado de eu falar. A gente cresce tão racista, que eu lembro que tive a cesárea, e uma amiga minha disse que eu saí meio sedada, falando: 'E o cabelinho dela, como é?' Até onde vai o subconsciente, entranhado na gente." Ela continua: "Isso me tocou muito. O quão racista eu era, pra sair de uma sala de cirurgia, ainda em efeito de anestesia, preocupada em como vai ser o cabelo da minha filha."
Samara lembra as próprias referências enquanto criança, citando as paquitas da Xuxa, novelas, filmes e brinquedos, com pessoas predominantemente brancas. Assim, a atriz conta sobre quando procurou escola para as filhas e fez questão de que o corpo docente também fosse composto por pessoas negras, para que as meninas tenham em quem se espelhar
Orgulhosa consigo mesma, Samara fala que sempre está buscando se reeducar não só para ela, mas para as futuras mulheres que vão ocupar esse mundo. Ela aproveita para contar que as filhas já sabem mapear episódios de racismo e contaram para a mãe algumas coisas que passaram, especialmente a mais nova, que já teve bolinhas jogadas no cabelo. "A criança não nasce racista. Ela reproduz o que ela vê... Eu vou ter muita raiva, muito ódio, vou chorar muito. Mas saber o que elas estão passando, não. Só elas vão saber. Eu vou estar para dar este acolhimento."