Saiba o que são os bebês arco-íris e o que representam no psicológico das mães

A youtuber Tata Estaniecki Cocielo compartilhou com seus seguidores que sua filha é um bebê arco-íris. Entenda.

No final de setembro, a influenciadora Tata Estaniecki Cocielo compartilhou um vídeo em seu Youtube falando sobre um aborto espontâneo que sofreu em 2018, após oito semanas de gestação. O vídeo que é intitulado “Minha Filha um Bebê Arco-Íris” tinha como intuito  ajudar mulheres que passaram por essa situação. A filha da youtuber, Beatriz, nasceu em abril desse ano.

Entenda o que é um bebê arco-íris
Foto: Reprodução
Entenda o que é um bebê arco-íris


  “A culpa não é nossa. A gente se sente muito culpada, a gente sente que fez algo errado. A gente acha que  foi porque não desejou essa gravidez. A gente acha que foi porque a gente estava com medo e aí a gravidez não evoluiu. A gente acha tudo. Mas no fim, não é nada disso. É mais comum do que a gente imagina”, disse.


O que é um bebê arco-íris?

A especialista em reprodução humana da Huntington Flavia Torelli explica que os chamados bebês arco-íris são aqueles que nascem após uma perda gestacional. “Seja um aborto inicial, perda de uma gestação avançada ou após a mulher ter um bebê com morte neonatal”, explica.

O nome surgiu por conta daquele ditado que diz que “após a tempestade, vem algo bom, o arco-íris!”. Ou seja, depois de uma gestação com um final triste vem um bebê que traz alegria e luz.  

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As causas de abortamento espontâneo são as mais diversas, como explica a ginecologista. Em geral, um aborto inicial é causado por alguma alteração genética no embrião e pode ocorrer ao acaso, sem repercussões futuras. A mulher pode ter outra gestação sem problemas no futuro.


Como os pais podem lidar com a perda? 

A psicóloga Helena Motagnini, da Huntington, explica que a perda de uma gestação pode causar muito sofrimento na gestante e seu companheiro. Por isso é importante que esse sofrimento seja vivenciado para elaborar a perda e se reorganizar psiquicamente.

Ela explica que as perdas precoces, essas que ocorrem no início da gestação, podem ser mais difíceis de serem elaboradas porque não tem visibilidade externa e não são reconhecidas socialmente. Apesar de serem perdas significativas, muitas vezes não são reconhecidas e valorizadas.

“A ausência de reconhecimento do sofrimento, a ausência de rituais e apoio familiar e social leva algumas mulheres a viverem essa perda solitariamente, dificultando o processo de luto.  Nesses casos, a ajuda de um psicólogo pode ser muito importante para que se abra um espaço para expressão e elaboração da perda, pois esse filho precisará de um lugar dentro de si e não será substituído. Uma futura gestação ou o bebê arco-íris pode trazer a lembrança e o sofrimento do filho perdido, se essa perda não tiver sido elaborada”, complementa.

Após o aborto, os pais podem se tornar hiperprotetores com o bebê arco-íris.  Se o medo e a super proteção forem intensos, além de causar sofrimento aos pais, isso poderá trazer repercussões no desenvolvimento da criança, que terá muito medo de fazer coisas, pois não irá querer correr riscos.

 “A elaboração da morte do filho perdido anteriormente pode minimizar o medo de que isso se repita, com a percepção que são situações distintas e que é um outro filho. Quando os pais não conseguem amenizar o medo da perda, a ajuda de um psicólogo pode ser útil e necessária”, recomenda.