Parto ao vivo pela web aproxima famílias na pandemia; entenda o serviço

Com as medidas de isolamento social, aquela cena da família aglomerada na maternidade para esperar o nascimento de mais um entre não pode mais se repetir. A solução é levar o momento para quem está longe, com um parto transmitido ao vivo pela web.    

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"É um serviço de filmagem em tempo real. Cada sala de parto tem uma câmera que mostra cenas após o nascimento do bebê", explica Márcia Maria, diretora da maternidade São Luiz, de São Paulo, que oferece o BabyWeb. 

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De acordo com a médica, é um processo sigiloso, em que apenas as pessoas que os pais derem a senha poderão acompanhar. "Não tem risco de outra pessoa ver", afirma.

A transmissão do parte já é feita no São Luiz há mais de dez anos, muito antes do coronavírus e acabou chamando atenção de Daniele Lozano, que contratou o serviço uma semana antes de seu parto, sem nem imaginar que depois de sete dias estaríamos de quarentena no Brasil e não seria mais permitido visitar na maternidade.

"Uma semana antes [do parto] eu já estava indo na maternidade e já fui me informando de serviço de filmagem, e eles me explicaram do BabyWeb", conta Daniele ao Delas . "Não tinha começado a quarentena, mas já tinha pandemia, mas a gente gostou da ideia da família poder ver o primeiro contato da neném comigo e com o Rafa [seu marido].", comenta.

Daniele conta também que o serviço disponibiliza um chat em que todas as pessoas que estão assistindo podem interagir umas com as outras. "Com a câmera ligada todo mundo viu, foi super emocionante, viram a primeira mamada, meu esposo pegou ela [o bebê] e mostrou pra câmera e as pessoas conseguiam interagir", explica a mãe, que conseguiu fazer com que o cunhado, do Canadá, e a irmã, de Curitiba, acompanhassem esse momento.

Apesar de ter sido muito útil por conta da pandemia, Daniele conta que contrataria o serviço de qualquer forma, pelo preço e por querer que todos pudessem ver parte do seu parto, que foi natural, sem interferências. Segundo Márcia, o valor do serviço é de R$ 250.

Imagens continuam disponíveis

Márcia conta que o vídeo ainda fica disponívei depois de uma semana do parto para que os pais consigam assistir com calma, e foi o que Daniele fez com o marido. "Até para quem não conseguiu acessar o serviço na hora, as pessoas conseguem ver depois. Meu marido baixou depois e nós conseguimos ver".

Adesão cresceu na quarentena

Apesar do serviço existir há 10 anos, Márcia conta que por conta da pandemia ele ficou mais popular últimos meses e o número não para de subir. "Em fevereiro a gente tava com 16% de adesão, abril subiu para 26%", comenta.

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O serviço também evoluiu ao longo dos anos. No começo era acessado pelo computador, depois veio a versão mobile e, agora, o chat. "Até hoje eu me emociono. Vejo a emoção das pessoas, porque elas se envolvem, a impressão é que você está dentro da sala, tanto que quando os pais olham, a família esquece que eles não podem ver as pessoas, eles começam a conversar com a tela", finaliza.